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sexta-feira, 29 de julho de 2011

São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda.

História de Angola

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
História de Angola
Coat of arms of Angola.svg
Este artigo faz parte de uma série

História pré-colonial
(Pré história-1575)
História Pré-colonial‎
Reino do Congo (1395–1914)
Colonização (1575-1648) Flag Portugal (1578).svg
Inicio da colonização (1575-1641)
Rainha N'Zinga (1621-63)
Ocupação holandesa Prinsenvlag.svg (1641-48)
Reconquista (1644-48)
Período colonial (1648-1974) Flag Portugal (1578).svg
Angola‎ colonial (1648-1951)
Província ultramarina Flag of Portugal.svg (1951-74)
Guerra de Independência Waricon.svg (1961-74)
Independência Flag of Angola.svg
Acordo do Alvor (1975)
Guerra Civil (1975-2002)
Intervenção cubana (1975-91)
Fraccionismo (1977)
Batalha de Cuito Cuanavale (1987-88)
Acordos de Bicesse (1990)
Guerra dos 55 Dias (1992-93)
Angolagate (1994)
Protocolo de Lusaka (1994)
Primeira Guerra do Congo (1996-97)
Segunda Guerra do Congo (1998-2003)
Angola do pós-guerra
(2003-actualidade)
Ver também
Império Português
Guerra Colonial

Portal Angola
A história de Angola encontra-se documentada do ponto de vista arqueológico desde o Paleolítico. Este país da África Austral foi uma colónia portuguesa até 11 de Novembro de 1975, quando acedeu à independência na sequência duma guerra de libertação.

Índice

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[editar] História pré-colonial

Na Lunda, no Zaire e no Cuangar foram encontrados instrumentos de pedra e outros, dos homens do Paleolítico. No Deserto do Namibe foram encontradas gravuras rupestres nas rochas. Trata-se das gravuras do Tchitundo-Hulo, atribuídas aos antepassados dos khoisan.
Nos primeiros quinhentos anos da era actual, as populações bantu da África Central, que já dominavam a siderurgia do ferro, iniciaram uma série de migrações para leste e para sul, a que se chamou a expansão bantu. Parte destas populações fixaram-se a Norte e ao Sul da parte inferior do Rio Congo (ou Zaire), portanto também no Noroeste do território da actual Angola. Com o tempo, estas populações constituíram o povo Bakongo, de língua Kikongo. Outras populações fixaram-se inicialmente na região dos Grandes Lagos Africanos e, no século XVII, deslocaram-se para oeste, atravessando o Alto Zambeze até ao Cunene: eram os grupos hoje designados como ngangela, mas também os Ovambo e os Xindonga.
No ano de 1568, entrava um novo grupo pelo norte, os jagas, que combateram os Bakongo que os empurraram para sul, para a região de Kassanje. No século XVI ou mesmo antes, os nhanecas (nyanekas ou vanyanekas) entraram pelo sul de Angola, atravessaram o Cunene e instalaram-se no planalto da Huíla.
No mesmo século XVI, um outro povo abandonava a sua terra na região dos Grandes Lagos, no centro de África, e veio também para as terras angolanas. Eram os hereros (ou ovahelelos), um povo de pastores. Os hereros entraram pelo extremo leste de Angola, atravessaram o planalto do Bié e depois foram-se instalar entre o Deserto do Namibe e a Serra da Chela, no sudoeste angolano.
Também no século XVI os portugueses instalam-se na região e fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda.
Já no século XVIII, entraram os ovambos (ou ambós), grandes técnicos na arte de trabalhar o ferro, deixaram a sua região de origem no baixo Cubango e vieram estabelecer-se entre o alto Cubango e o Cunene. No mesmo século, os quiocos (ou kyokos) abandonaram o Catanga e atravessaram o rio Cassai. Instalaram-se inicialmente na Lunda, no nordeste de Angola, migrando depois para sul.
Finalmente, já no século XIX apareceu o último povo que veio instalar-se em Angola: os cuangares (ou ovakwangali). Estes vieram do Orange, na África do Sul, em 1840, chefiados por Sebituane, e foram-se instalar primeiro no Alto Zambeze. Então chamavam-se macocolos. Do Alto Zambeze alguns passaram para o Cuangar no extremo sudoeste angolano, onde estão hoje, entre os rios Cubango e Cuando.
As guerras entre estes povos eram frequentes. Os migrantes mais tardios eram obrigados a combater os que se estavam estabelecidos para lhes conquistar terras. Para se defenderem, os povos construíam muralhas em volta das sanzalas. Por isso, há em Angola muitas ruínas de antigas muralhas de pedra. Essas muralhas são mais abundantes no planalto do Bié e no planalto da Huíla, onde se encontram, também, túmulos de pedra e galerias de exploração de minério, testemunhos de civilizações mais avançadas do que geralmente se supõe.

[editar] A chegada dos portugueses

Ver artigos principais: Dona Ana de Sousa, Reconquista de Angola.

Ilustração da rainha Nzinga em negociações de Paz com o governador português em Luanda em 1657.
Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o Reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o do Reino de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao Reino de Angola (c. 1559).
Explorando as rivalidades e conflitos entre estes reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada. Em 1576 fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos para as plantações da cana-de-açúcar do Brasil.
Durante a ocupação filipina de Portugal (1580-1640), os holandeses procuram desapossar os portugueses desta região, ocupando grande parte do litoral (Benguela, Santo António do Zaire, as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 tropas luso-brasileiras expulsam os holandeses, possibilitando o reatamento das linhas de comércio entre Salvador e Rio de Janeiro com Luanda.
Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil ou de outra colônias do continente americano. [1] A ocupação dos portugueses não vai muito mais além das fortalezas e feitorias estabelecidas na costa.
A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação do interior tinha o carácter de uma resposta às pretensões de outras potências europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam na altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.
Uma boa parte desses colonos são presos deportados de Portugal, como o célebre Zé do Telhado. Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos e científicos para o interior do território angolano, tais como: José Rodrigues Graça (1843-1848) - Malanje e Bié; José Brochado - Huambo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto - Bié.
Devido à ausência de vias de comunicação terrestres, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895, 1905 e 1908); Bacia do Cubango (1886-1889, 1902 e 1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze (1895-1896); Entre Zeusa e Dande (1872-1907), etc.
As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do que a do território dos ambundos, a cuja língua o termo Angola anda associado.
Confederação Brasílica Foi um movimento separatista que se desenvolveu em Benguela em 1823 com a finalidade de juntar Angola ao recém-independente Brasil.
Este movimento foi formado por colonos e soldados de Benguela.
O governo de Luanda chamou reforços e abafou esta revolta. [2]

[editar] 1900-1960


Vista de Luanda em 1883.

Automóvel em Angola, em 1949.
A colonização de Angola, após a implantação de um regime republicano em Portugal (1910), entra numa nova fase. Os republicanos haviam criticado duramente os governos monárquicos por terem abandonado as colónias. O aspecto mais relevante da sua ação circunscreveu-se à criação de escolas. No plano económico, desde muito tempo era legal 1916 na região de Luanda.
O desenvolvimento económico só se inicia de forma sistemática, em finais da década de 1930, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do açúcar, milho e outros produtos. Trata-se de produtos destinados à exportação.
A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6 milhões de toneladas. Em 1940 atingia já 4 biliões de toneladas exportadas.[carece de fontes?] As fazendas e a indústria concentraram-se à volta das cidades de Luena e de Benguela.
A exportação de sisal desenvolve-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em 1920, foram exportadas pouco mais que que 62 toneladas , mas em 1941 atingia-se já as 3.888. Dois anos depois, 12.731 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53.499. Estas plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens da linha férrea do Dilolo, Bocoió, Balumbo, Luimbale, Lepi, Sambo, mas também no Cuinha do norte e Malange.
Abre-se um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da cotação do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o aumento vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as 5.800 milhões de toneladas. Em 1930 atingiam as 14.851.Em 1943 subiam para 18.838. A partir daqui o crescimento foi vertiginoso. Em 1968 forma exportadas 182.954 e quatro anos depois, 218.681 toneladas.
Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à Brasileira Krupp.
O desenvolvimento destas explorações, foi acompanhado por vagas de imigrantes incentivados e apoiados muitas vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e 1950, saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria fixou-se em Angola. O fluxo imigratório prosseguiu nos anos 1950 e 60.
Na década de 1950, a questão da descolonização das colónias africanas emerge no plano internacional e torna-se uma questão incontornável. Em 1956 é publicado o primeiro manifesto do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

[editar] 1961-1974


Ford Taunus em Luanda, em 1972.
No princípio dos anos 1960, três movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA e UNITA) desencadearam uma luta armada contra o colonialismo português. [3]
O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusou-se a dialogar e prosseguiu na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Para África foram mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conheceram neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração do petróleo de Cabinda iniciou-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7% ao ano.

[editar] Independência e guerra civil


Legado da guerra civil: edifício destruído no Huambo.
Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de Abril de 1974), abriram-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O novo governo revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975).
A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controlo do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.
A União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA, que controlava a cidade de Luanda e algumas outras regiões da costa, nomeadamente o Lobito e Benguela. Os cubanos não tardaram a desembarcar em Angola (5 de Outubro de 1975). A África do Sul apoiava a UNITA e invadiu Angola (9 de Agosto de 1975). O Zaire, que apoiava a FNLA, invadiu também este país, em Julho de 1975. A FNLA contava também com o apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África do Sul.
Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar também a UNITA. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola.
Em Outubro de 1975, o transporte aéreo de quantidades enormes de armas e soldados cubanos, organizado pelos soviéticos, mudou a situação, favorecendo o MPLA. As tropas sul-africanas e zairenses retiraram-se e o MPLA conseguiu formar um governo socialista uni-partidário.
O Brasil rapidamente estabeleceu relações diplomáticas com a nova República que se instalara. Fez isso antes mesmo de qualquer país do bloco comunista. Nenhum país ocidental ou mesmo africano seguiu o seu exemplo. A decisão de reconhecer como legítimo o governo de Agostinho Neto foi tomada pelo então presidente Ernesto Geisel ainda em 6 de Novembro, antes da data oficial de Independência de Angola.
Já em 1976, as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul.
No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 800 mil portugueses abandonaram este país entre 1974 e 1976, o que agravou de forma dramática a situação económica.
A 27 Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeou um golpe de Estado que ficou conhecido como Fraccionismo, terminando num banho de sangue que se prolongou por dois anos. Em Dezembro, no rescaldo do golpe, o MPLA realizou o seu 1º Congresso, onde se proclamou como sendo um partido Marxista-Leninista, adoptando o nome de MPLA-Partido do Trabalho.
A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A UNITA começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas tinha também raízes regionais, principalmente na população Ovimbundu do sul e centro de Angola.
Agostinho Neto morreu em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos.
No início da década de 1980, o número de mortos e refugiados não parou de aumentar. As infraestruturas do país eram consecutivamente destruídas. Os ataques da África do Sul não paravam. Em Agosto de 1981, lançaram a operação "Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O governo da África do Sul justificou a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma "zona libertada" sob a sua administração. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.
A partir de 1989, com a queda do bloco da ex-União Soviética, sucederam-se em Angola os acordos de paz entre a UNITA e o MPLA, seguidos do recomeço das hostilidades. Em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire), a UNITA e o MPLA estabeleceram uma nova trégua. A paz apenas durou dois meses.
Em fins de Abril de 1990, o governo de Angola anunciou o reinício das conversações directas com a UNITA, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No mês seguinte, a UNITA reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como o Chefe de Estado angolano. O desmoronar da União Soviética acelerou o processo de democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução de reformas democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publicou uma lei que autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo. A 22 de Maio os últimos cubanos saíram de Angola.
Em 31 de maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebraram-se os acordos de Bicesse (Estoril), terminando com a guerra civil desde 1975, e marcando as eleições para o ano seguinte.
As eleições de Setembro de 1992, deram a vitória ao MPLA (cerca de 50% dos votos). A UNITA (cerca de 40% dos votos) não reconheceu os resultados eleitorais. Quase de imediato sucedeu-se um banho de sangue, reiniciando-se o conflito armado, primeiro em Luanda, mas alastrando-se rapidamente ao restante território.
A UNITA restabeleceu primeiramente a sua capital no Planalto Central com sede no Huambo (antiga Nova Lisboa), no leste e norte diamantífero.
Em 1993, o Conselho de Segurança das Nações Unidas embargou as transferências de armas e petróleo para a UNITA. Tanto o governo como a UNITA acordaram em parar as novas aquisições de armas, mas tudo não passou de palavras.
Em Novembro de 1994, celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto de ser alcançada. A UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer as suas forças militares. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka[4].
Entretanto o Ocidente passara a apoiar o governo do MPLA, o que marcou o declínio militar e político da UNITA, com este movimento a ter cada vez mais dificuldades em financiar as suas compras militares, perante o avanço no terreno das FAA, e dado o embargo internacional e diplomático a que se viu votada.
Em Dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).
Com a morte do líder histórico da UNITA, este movimento iniciou negociações com o Governo de Angola com vista à deposição das armas, deixando de ser um movimento armado, e assumindo-se como mera força política.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Montenegro

Црна Гора (Crna Gora)
DRASÃO DE ARMAS

Montenegro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Црна Гора (Crna Gora)
Montenegro
Bandeira de Montenegro
Brasão de Montenegro
BandeiraBrasão de armas
Hino nacional: Oj, svijetla majska zoro
Gentílico: Montenegrino

Localização de Montenegro
CapitalPodgorica
42°47′N 19°28′E
Cidade mais populosaPodgorica
Língua oficialMontenegrino e sérvio
GovernoRepública semipresidencial
- PresidenteFilip Vujanović
- Primeiro-ministroIgor Lukšić
- Porta-voz do ParlamentoRanko Krivokapić
Independênciada Sérvia
- Data (declarada)3 de Junho de 2006
- Reconhecida5 de Junho de 2006
Área
- Total13.810 km² (160.º)
- Água (%)1,5
População
- Estimativa de 2007684.736 hab. (162.º)
- Censo 2003620.145 hab.
- Densidade50 hab./km² (121.º)
PIB (base PPC)Estimativa de 2006
- TotalUS$ 6,944 bilhões (146.º)
- Per capitaUS$ 13.958 (56.º)
Indicadores sociais
- IDH (2010)0,769 (49.º) – elevado[1]
- Esper. de vida74,5 anos (64.º)
- Mort. infantil22,3/mil nasc. (101.º)
MoedaEuro (EUR)
Fuso horárioCET (UTC+1)
- Verão (DST)CEST (UTC+2)
Org. internacionaisONU
Cód. ISOMNE
Cód. Internet.me (.yu)[2]
Cód. telef.++382
Website governamentalhttp://www.gov.me/
Montenegro (em servo-croata Crna Gora ou Црна Гора, literalmente "montanha negra") é uma pequena e montanhosa república situada nos Balcãs, no Sudeste da Europa, fazendo fronteira com o Mar Adriático a Sudoeste, com a Albânia e o Kosovo a Sudeste, com a Bósnia e Herzegovina e uma pequena fronteira com a Croácia a Oeste, e com a Sérvia a Norte. A sua capital é a cidade de Podgorica.
Entre 1945 e 1991 e desde então até 2003 foi uma das repúblicas constituintes da República Socialista da Jugoslávia e da República Federal da Jugoslávia, respectivamente; desde então e até Junho de 2006, foi uma das duas repúblicas que integraram o Estado da Sérvia e Montenegro.
Em 21 de Maio de 2006 realizou-se um referendo para determinar a vontade do povo de se tornar independente ou de manter a união com a Sérvia. Os resultados indicaram que 55.5% dos eleitores haviam escolhido a independência, poucos décimos acima dos 55% requeridos pelo referendo. Em 3 de Junho de 2006 o parlamento montenegrino declarou oficialmente a independência do novo país, mas só obteve aceitação da ONU dia 28 de Junho.
Atualmente, Montenegro está em pré-negociação para entrar na União Europeia.

Índice

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[editar] História

Nicolau I de Montenegro, o único rei de Montenegro.
Proclamação do Reino de Montenegro, em 28 de agosto de 1910.
Durante muito tempo, o Montenegro constituiu um principado autónomo face ao poder hegemónico que o Império Otomano exercia nos Balcãs. A sua independência foi formalmente reconhecida pelo Tratado de Berlim de 1878 (que também reconheceu a independência da Bulgária, da Roménia e da vizinha Sérvia).
Em 1910, o príncipe Nicolau proclamou-se rei. No entanto, o reino do Montenegro existiu durante apenas oito anos. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, o Montenegro foi integrado no Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (não havendo no nome do estado qualquer referência aos montenegrinos, assim como aos bósnios ou aos macedónios), o qual se tornou em 1929 o reino da Jugoslávia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os guerrilheiros de Tito procuraram refúgio nas suas montanhas, e quando em 1944 a região foi libertada, o Montenegro tornou-se uma das seis repúblicas constituintes da República Socialista da Jugoslávia. Com o fim desta entidade no início da década de 90, quatro das repúblicas secederam e tornaram-se independentes; somente a Sérvia e o Montenegro lhe deram continuidade, formando a nova República Federal da Jugoslávia, governada por Slobodan Milošević, e com um grande predomínio da entidade sérvia dentro da federação.
Em 1992, no último referendo ocorrido para discutir a união com a Sérvia, cerca de 96% dos votos foram favoráveis a essa alternativa, ainda que apenas 66% da população tenha ido às urnas (as minorias muçulmana e católica, assim como alguns montenegrinos que não se reviam nessa união, boicotaram o referendo). De notar também que as condições de voto eram desiguais e injustas, tendo havido mesmo pessoas que votaram nas ruas. No entanto, desde então muitas coisas mudaram, e hoje a cena política montenegrina é significativamente diferente.
Desde 1996 que o governo de Milo Đukanović isolou de facto o Montenegro da Sérvia (então sob o governo de Slobodan Milošević) em vários aspectos. O Montenegro desenvolveu uma política económica independente da sérvia, e trocou o dinar pelo marco alemão; actualmente, usa como moeda o euro, ainda que a república não esteja integrada nem na União Europeia nem na Eurolândia.
O governo montenegrino tem vindo desde então a desenvolver uma política predominantemente pró-independentista. No entanto, sucessivos referendos acerca dessa matéria foram adiados, pelo que muitos apoiantes da independência começaram a perder a esperança na sua causa.
Em 2002 a Sérvia e o Montenegro assinaram um novo acordo no tocante à cooperação dentro da federação. No ano seguinte, com o patrocínio da União Europeia, o país Jugoslávia desapareceu formalmente dos mapas e deu lugar a um nova entidade chamada Sérvia e Montenegro, com o projeto de o Montenegro realizar um referendo sobre a independência até 2006.
O governo de Đukanović; tem entretanto estado sob intensa pressão, devido a escândalos envolvendo, designadamente, o tráfico de mulheres moldavas. O Escândalo Moldavo, como foi chamado na mídia montenegrina, envolveu mesmo altas figuras da República, como Zoran Piperovic.

[editar] Independência da Nação

[editar] Preparação para o referendo

Em 12 de Julho de 2004, o parlamento montenegrino adoptou uma nova bandeira, hino e dia nacional, como parte do programa de crescente independentização face à Sérvia. A nova bandeira é idêntica à do antigo Reino do Montenegro, vermelha com uma bordadura de amarelo, e carregada ao centro com as armas de Nicolau I (diferindo desta apenas pela inexistência do monograma NI, das inicias do nome do soberano, presentes no antigo brasão de armas).
O 13 de Julho foi decretado o dia nacional , para comemorar o preciso dia em que, pelo Tratado de Berlim, o Montenegro foi reconhecido como o 27.º Estado independente do Mundo.
O parlamento escolheu também o popular Oj, svijetla majska zoro (Oh, brilhante alvorecer de Maio) como hino nacional montenegrino.
O Montenegro realizou um referendo no dia 21 de Maio de 2006 para determinar se se tornaria um estado independente ou se continuaria a fazer parte da actual união com a Sérvia. A independência do Montenegro saiu vencedora por 55,5% dos votos, 0,5% acima do limite mínimo exigido pela União Europeia para reconhecer o novo estado.

[editar] A Independência

No dia 3 de junho de 2006, Montenegro declarou sua independência à Sérvia, e no dia 5 de junho, a Sérvia declarou independência, pondo fim ao ex-estado europeu da Sérvia e Montenegro.
O pequeno Estado balcânico do Montenegro tornou-se no dia 28 de Junho de 2006 o 192º país-membro da ONU (Organização das Nações Unidas), menos de um mês depois de ter proclamado sua independência.
A independência do Montenegro foi reconhecida pela União Europeia, Estados Unidos, China, Rússia e outros países.

[editar] Geografia

As Bocas de Cattaro são a maior baía de Montenegro.
O Montenegro é uma pequena e montanhosa república situada nos Balcãs, no Sudeste da Europa, fazendo fronteira com o Mar Adriático a Sudoeste, com a Albânia e o Kosovo a Sudeste, com a Bósnia e Herzegovina e uma pequena fronteira com a Croácia a Oeste, e com a Sérvia a Norte. A sua capital é a cidade de Podgorica.
Algumas das maiores cidades em Montenegro são:
Nikšić, segunda maior cidade montenegrina.
O relevo montenegrino varia de altos picos montanhosos nas fronteiras com Albânia e Sérvia, passando por segmentos de Carste no Oeste da Península Balcânica, até uma estreita faixa plana no litoral. A parte plana transforma-se abruptamente nas montanhas presentes à beira da Baía de Kotor como o Monte Lovćen e o Monte Orjen.
A principal região de Carste em Montenegro alcança em média elevações de 1.000 metros acima da linha do nível do mar; entretanto, em algumas partes, chegam bem próximos de 2.000 metros, como o Monte Orjen (1.894 m), o maior maciço entre a cadeia de montanhas da costa montenegrina. O vale do Rio Zeta, possui o mais baixo segmento, alcançando cerca de 500 metros.
As montanhas de Montenegro incluem algumas das áreas mais acidentadas na Europa. Elas possuem média superior a 2.000 metros em elevação. Um dos cumes mais carcterísticos é o Bobotov Kuk nas montanhas Durmitor, cuja altura chega a 2.522 metros. A cadeia de montanhas dessa região foi uma das mais erodidas na Península Balkanica durante o último período glacial.
  • Praia mais longa: Velika Plaža, Ulcinj — 13.000 m
  • Pico mais alto: Zla Kolata, Prokletije at 2.534 m
  • Maior Lago: Lago Skadar — 391 km² de superfície
  • Canyon mais profundo: Canyon do Rio Tara — 1.300 m
  • Maior Baía: Baía de Kotor
  • Parques Nacionais: Durmitor — 390 km², Lovćen — 64 km², Biogradska Gora — 54 km² , Lago Scutari — 400 km²
  • Patrimônios Mundiais da UNESCO: Canyon do Rio Tara e Durmitor, cidade antiga de Kotor.

[editar] Demografia

Mapa étnico de Montenegro, segundo o censo do ano 2003.
Abaixo seguem informações sobre a demografia de Montenegro.
Composição étnica segundo o censo de 2003:
O estatuto dos montenegrinos enquanto grupo étnico diferenciado dos sérvios é matéria de controvérsia entre os especialistas.
De acordo com a Constituição de Montenegro, a língua oficial é o sérvio, na forma ijekavian. Segundo o censo de 2003, mais de 60% da população afirmava usar o sérvio como língua materna, enquanto que apenas 21,53% declarou o montenegrino. Os dialectos usados são iguais, e muito semelhantes aos que os sérvios usam na Bósnia e Herzegovina.

[editar] Religião

Igreja em Cetinje, Montenegro
Quanto à religião, em 2003, aquando dos censos realizados, 77,7% dos montenegrinos declararam-se cristãos, na sua maioria seguidores da Igreja Ortodoxa (74,2%), segue-se a comunidade muçulmana (17,7%) e os seguidores da Igreja Católica Romana (3,5%). Outras religiões são seguidas por 0,6% da população, 1% declaram-se ateus e a religião de 3% da população do Montenegro é desconhecida.[3]
Resumindo, os maiores grupos religiosos do país são:
  • Igreja Ortodoxa - 460,383 (74.24%)
  • Islão - 110,034 (17.74%)
  • Igreja Católica Romana - 21,972 (3.54%)

[editar] Política

[editar] Subdivisões

Montenegro é dividido em 21 municípios, que são:
Os municípios de Montenegro.

[editar] Economia

Apesar de não pertencer à União Europeia, o Montenegro resolveu adotar o Euro como moeda após sua independência, em 2006. Durante o domínio iugoslavo, o país experimentou uma rápida urbanização e industrialização, apoiada na geração de energia hidrelétrica, na mineração (alumínio, carvão etc.), na indústria florestal e na indústria têxtil. A isto somou-se a industrialização de cigarros e ao turismo, em fins da década de 1980. Montenegro ainda não tem uma unidade monetária definida. A introdução do euro foi priorizada em 2002 e o Marco alemão foi a moeda de facto em todas as transações privadas e bancos.

[editar] Infraestrutura

[editar] Turismo em Montenegro

Montenegro tem como uma de suas principais atividades econômicas atuais, o turismo. Pelas suas costas pitorescas, suas regiões montanhosas exuberantes e por sua excelente posição estratégica em plenos Bálcãs, Montenegro é um destino altamente procurado pelos turistas no Leste Europeu. Durante o regime em que o país estava sob domínio iugoslavo, principalmente nos anos oitenta, o turismo no país passou a ser investido e essa área cresceu rapidamente no setor financeiro. A belíssima e incrível cidade de Kotor, as bocas de Cattaro e a preservada cidade histórica de Budva são os destaques do país na região da costa norte. Na região da costa sul, vale a pena visitar a cidadezinha de Ulcinj, a magnífica cidade de Bar e o exburante Lago Escútare. Na região central, seus pontos turísticos mais surpreendentes são: o Monastério de Ostrog, a cidade histórica de Cetinje e o monte Lovćen, uma formidável montanha. E, finalmente, na região norte, o parque nacional de Durmitor e a floresta exuberante de Biogradska Gora são seus destaques principais.

[editar] Cultura

[editar] Ligações externas

Commons
O Commons possui multimídias sobre Montenegro

Referências

  1. Ranking do IDH 2010. PNUD. Página visitada em 4 de novembro de 2010.
  2. .yu é um domínio da Iugoslávia. .cg.yu ainda está em uso no Montenegro.O domínio .me foi designado para Montenegro no final de setembro de 2006. Ele entrará em uso no começo de 2007 .
  3. CIA Factbook

[editar] Ver também



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