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segunda-feira, 4 de março de 2013

Sudão do Sul

Sudão do Sul

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 

Republic of South Sudan
República do Sudão do Sul / Sudão Meridional
Bandeira do Sudão do Sul
Brasão de armas do Sudão do Sul
BandeiraBrasão
Lema: "Justiça, Liberdade, Prosperidade"
Hino nacional: "South Sudan Oyee!"
Gentílico: Sul-sudanês

Localização  do Sudão do Sul

Localização do Sudão do Sul no mundo.
CapitalJuba
04°51′N 31°36′L
Cidade mais populosaJuba
Língua oficialInglês
Língua não-oficialO árabe de Juba é a língua franca em torno da capital; o dinka tem 2-3 milhões de falantes, e outras principais línguas são o nuer, zande, o bari e o shilluk.
GovernoRepública presidencialista
- PresidenteSalva Kiir Mayardit
- Vice-presidenteRiek Machar
Independência
- do Sudão9 de julho de 2011
- Autonomia regional9 de julho de 2005
- Amplo Acordo de Paz6 de janeiro de 2005
Área
- Total644 329[1] km²
FronteiraSudão, Etiópia, Quénia, Uganda, República Democrática do Congo e República Centro-Africana
População
- Censo 2008Entre 7 500 000 e 9 500 000[2] 8 200 000[3] hab.
- Densidade12,7 hab./km²
PIB (base PPC)
- TotalUS$ 54,68 bilhões[4]
- Per capitaUS$ 1220
MoedaLibra sul-sudanesa (SSP)
Fuso horário(UTC+3)
Cód. ISOSSD
Cód. Internet.ss (registrado, mas ainda não está em operação)
Cód. telef.+211
Website governamentalhttp://www.goss.org/

Mapa  do Sudão do Sul
Sudão do Sul ou Sudão Meridional (em inglês: South Sudan), oficialmente República do Sudão do Sul (em inglês: Republic of South Sudan) é um país encravado localizado no nordeste da África. Tem esse nome devido à localização geográfica, ao sul do Sudão.
O que é hoje o Sudão do Sul era parte do Sudão Anglo-Egípcio e tornou-se parte da República do Sudão, quando ocorreu a independência deste em 1956. Após a Primeira Guerra Civil Sudanesa, o sul do Sudão tornou-se uma região autônoma em 1972. Esta autonomia durou até 1983. A Segunda Guerra Civil Sudanesa desenvolvida anos depois, resultou novamente na autonomia da região, através do Tratado de Naivasha, assinado em 9 de janeiro de 2005 no Quênia, com o Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA/M).[5] Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um estado independente.[6][7] Em 14 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um Estado membro das Nações Unidas (ONU).[8][9] O país entrou para a União Africana em 28 de julho de 2011.[10]
Além da divisa com o Sudão ao norte, o Sudão do Sul faz fronteira a leste com a Etiópia, ao sul com o Quênia, Uganda e República Democrática do Congo e a oeste com a República Centro-Africana.
O Sudão do Sul, também chamado de Novo Sudão, possui quase todos os seus órgãos administrativos em Juba, a capital, que é também a maior cidade, considerando a população estimada.[2] Apesar de ser rico em petróleo, o Sudão do Sul é um dos países mais pobres do mundo, com altas taxas de mortalidade infantil[11], e um sistema de saúde considerado um dos piores do mundo. Em termos de educação somente 27% da população acima dos 15 anos sabe ler e escrever, chegando a 84% o índice de analfabetismo entre as mulheres e boa parte das crianças não frequentam unidades escolares.[2]
No Sudão do Sul encontram-se 75% das reservas de petróleo do antigo Sudão localizadas sobretudo na região de Abyei, que correspondem a 98% da receita do novo país. No norte também encontram-se os oleodutos [12] responsáveis pelo transporte do petróleo até o Mar Vermelho.

[editar] História

Os povos do Nilo - os Dinka, Nuer, Shilluk, e outros - entraram pela primeira vez no Sudão do Sul em algum momento antes do século X. Durante o período que vai do século XV ao século XIX, as migrações tribais, em grande parte da área de Bahr el Ghazal, trouxeram esses povos aos seus locais atuais. O povo não nilótico Azande, que entrou no Sudão do Sul no século XVI, estabeleceu o maior estado da região. Os Azandes são o terceira maior grupo étnico do Sudão do Sul. Eles são encontrados na faixa de floresta tropical do estado de Equatória Ocidental e no estado de Bahr al-Ghazal Ocidental.
No século XVIII, o povo Avungara entrou e rapidamente impôs sua autoridade sobre os Azandes. O poder dos Avungaras permaneceu praticamente sem contestação até a chegada dos ingleses no final do século XIX.[13] Barreiras geográficas impediram a propagação do Islã para os sulistas, permitindo-lhes manter a sua herança social e cultural, bem como suas instituições políticas e religiosas.
No século XVIII, os azandes tiveram relações difíceis com seus vizinhos, os povos Moru, Mundu, Pöjulu e pequenos grupos de Bahr el Ghazal, devido à política expansionista do rei destes, Gbudwe. No século XIX, os azandes lutaram contra os franceses, belgas e mahdistas para manter sua independência. O Egito, sob o governo do Quediva Isma'il Paşa, tentou primeiro controlar a região na década de 1870, estabelecendo a província de Equatória na porção sul. O primeiro governador egípcio da província foi Samuel White Baker, commissionado em 1869, seguido por Charles George Gordon em 1874 e por Emin Paşa em 1878. A revolta Mahdista da década de 1880 desestabilizou a nova província e Equatória deixou de existir como posto avançado egípcio em 1889. Importantes assentamentos na Equatória incluíam: Lado, Gondokoro, Dufile e Wadelai. Em 1947, as esperanças britânicas de unir o sul do Sudão com Uganda foram frustradas pela Conferência de Juba, que unificou o norte e o sul do Sudão.

[editar] Independência

[editar] O referendo da independência

A Constituição Interina do Sudão do Sul foi assinada em 5 de dezembro de 2005,[14] e previu para 2011 a realização de um referendo quando o povo da região decidiria pela manutenção da autonomia regional estabelecida no tratado de Naivasha, da constituição interina do Sudão do Sul e da constituição nacional interina da República do Sudão de 2005, ou pela independência. O referendo foi realizado a partir do dia 7 de janeiro de 2011, e três dias antes do fim do prazo estabelecido para os sudaneses votarem a participação dos eleitores era superior a 40%, anunciou Souad Ibrahim, porta-voz da Comissão Eleitoral. Este era a percentagem mínima exigida para que o referendo de independência do Sudão do Sul fosse validado.
Os resultados foram amplamente favoráveis à independência, com 98,81% dos votos a conduzir o país à independência[15]

[editar] Divisão sem precedentes

O período de independência das colônias africanas começou há cerca de 50 anos com uma regra importante. As fronteiras seriam indivisíveis. Ao longo de décadas, países surgiram, mas sempre respeitando o princípio conhecido no jargão da diplomacia como uti possidetis (o que você possui).
Do ponto de vista estratégico, fazia sentido que as linhas políticas traçadas pelas potências europeias no final do século XIX fossem a base para os novos Estados, por mais arbitrária que sua criação tivesse sido.
Uma espécie de acordo de cavalheiros proibiu subdivisões. Evitou-se, assim, que cada uma das centenas de grupos étnicos agrupados em alguns poucos países pelos colonizadores criasse seu Estado, uma receita para o caos[carece de fontes?].
Sempre que se buscou quebrar essa regra, houve crises[carece de fontes?]. A tentativa do sudeste da Nigéria de se separar em 1967 gerou a Guerra de Biafra, que deixou 1 milhão de mortos.
Não há precedente africano, assim, para a secessão do sul do Sudão. O caso mais próximo seria o da Eritreia, que se separou da Etiópia em 1993. Contudo, a região separatista havia sido colonizada de forma separada pela Itália antes de ser englobada pelos etíopes em 1951.
Quanto ao Sudão, trata-se da divisão de uma mesma ex-colônia britânica, gerando um divórcio que será sentido por muito tempo em lugares como Somália, Angola e Marrocos, para ficar apenas em poucos países africanos com fortes movimentos secessionistas.

[editar] Subdivisões

O Sudão do Sul está dividido em dez estados, criados a partir das três regiões históricas do país: Bahr el Ghazal, Equatória e Grande Nilo Superior. Os estados estão subdivididos em 86 condados.

[editar] Estados

EstadoNome em portuguêsÁrea
(km²)
População
Censo 2008 (*)
Capital
South Sudan states numbered.png
1Gharb Bahr al-GhazalBahr al Ghazal Ocidental93 900333 431Wau
2Schamal Bahr al-GhazalBahr al-Ghazal do Norte33 558720 898Aweil
3Al-WahdaUnidade35 956585 801Bentiu
4A'li an-NilAlto Nilo77 773964 353Malakal
5WarabWarab31 027972 928Kuajok
6JunqaliJuncáli/Jonglei122 4791 358 602Bor
7Al-BuhairatLagos40 235695 730Rumbek
8Gharb al-Istiwa'iyyaEquatória Ocidental79 319619 029Yambio
9Al-Istiwāʾiyya al-WusṭāEquatória Central22 9561 103 592Juba
10Scharq al-Istiwa'iyyaEquatória Oriental82 542906 126Torit
Total619 7458 260 490

[editar] Demografia

O censo realizado no Sudão em 2008 apurou 8 260 490 habitantes no Sudão do Sul, 21,1% do total do Sudão. Este resultado é rejeitado pelos legisladores do Sudão do Sul.[16][17] O censo apurou ainda que 4 287 300 habitantes são homens (51,9%) e 3 973 190 são mulheres (48,1%). Essa população se distribui entre mais de 50 diferentes grupos étnicos.[12]

[editar] Crise humanitária

O acordo de paz de Naivasha pôs fim à mais longa guerra civil da história do continente africano - a Segunda Guerra Civil Sudanesa (1983-2005), durante a qual dois milhões de pessoas morreram e quatro milhões foram deslocadas. Mas, seis anos depois, o clima de medo e insegurança permanece, em razão de conflitos étnicos e da ação de milícias. Só em 2010, 900 pessoas morreram e 215 000 foram deslocadas. Como se não bastasse, o Sudão do Sul enfrenta a maior epidemia de leishmaniose em oito anos, 75% da população não tem acesso a serviços básicos de saúde e há enormes dificuldades para se obter água e alimentos.[12]

[editar] Cidades mais populosas

[editar] Infraestrutura

[editar] Comunicações

O sistema de televisão é de controle estatal mas existem diversas emissoras de rádio FM privadas e algumas empresas estrangeiras.
Código telefônico internacional: 211

[editar] Internet

Somente 7% da população possui acesso à Internet. Domínios registrados para o Sudão do Sul utilizam o sufixo TLD .ss enquanto o Sudão mantém o TLD .sd[18]

[editar] Serviços públicos

Quase não há eletricidade disponível, exceto para 5% da população. O fornecimento de água é administrado por empresas privadas por meio de caminhões tanque que percorrem a cidade enchendo reservatórios particulares. A água tratada atinge 55% da população e a rede de esgotos 20%.[19]

[editar] Transportes

A mobilidade é outra das carências. Fora de Juba — que conta com meia dúzia de ruas pavimentadas — não há mais que estradas de terra, existem apenas 60 km de estradas precariamente asfaltadas. Isso dificulta o trabalho das ONGs que atendem os povoados. O país possui 24 aeroportos, entretanto somente 2 possuem pista pavimentada.

[editar] Símbolos Nacionais

A bandeira da nova nação sul-sudanesa, embora semelhante à do Sudão original, tem sua inspiração na bandeira do Quênia, nação vizinha e que deu suporte a criação do Sudão do Sul e também na da África do Sul. As semelhanças entre esta última e a do Sudão do Sul estão nas cores e na sua quantidade (6 cores, as duas únicas do continente com tantas cores) e ainda no seu design com um triângulo junto ao mastro e faixas horizontais.[20]
O retângulo na sua forma tem relação 2 (c) x 1 (h) nas dimensões. As cores têm os significados:
  • Preto — a raça negra do povo do Sudão do Sul, o orgulho da raça (ocupa ~25,5% da área da bandeira)
  • Branco — a paz pela qual tantos morreram (~6%)
  • Vermelho — o sangue derramado na luta pela independência (~23%)
  • Verde — a vegetação, o potencial agrícola do país (~25,5%)
  • Azul — o Rio Nilo, fonte de vida para o país, para o norte até o Egito (~17%)
  • Amarelo na estrela — a unidade dos estados sul-sudaneses (~3%)