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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O GOOGLE FAZ HOMENAGEM A TARSÍLA DO AMARAL

Tarsila do Amaral

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tarsila do Amaral
Retrato de Tarsila, ca. 1925
Nascimento1 de setembro de 1886
Capivari, SP
Morte17 de janeiro de 1973 (86 anos)
São Paulo, SP
NacionalidadeBrasil brasileira
Ocupaçãopintora
Magnum opusA Negra; Abaporu; Antropofagia; Operários
Movimento estéticoModernismo brasileiro
Tarsila do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.

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Biografia

Nascida em 1 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.
Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.
Tarsila era tia do geólogo Sérgio Estanislau do Amaral.

Estudos em São Paulo e Barcelona

Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur.

Primeiro casamento e maternidade

Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto, seu noivo. Rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição absurda ela se separa e só conseguiu a anulação do casamento anos depois. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila também se separou logo após a filha nascer e volta a morar com os pais na fazenda, junto de Dulce.

Início da carreira

Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em época posterior à Semana de Arte Moderna de 1922
Abaporu, uma de suas obras mais conhecidas e um ícone do Modernismo brasileiro. Óleo sobre tela, 1928
Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco (Arte Moderna Brasileira).
Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.

Fases Pau-Brasil e Antropofagia

Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York, conhecida como a Crise de 1929, Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e decidiu se casar com a revolucionária Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Tarsila passa a sofrer demais com a separação e por perder sua fazenda, e se entrega ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.

Viagem à URSS e fase social

Em 1931, vendeu alguns quadros de sua coleção particular para poder viajar à União Soviética. Nessa época Tarsila viaja com seu novo marido, o médico nordestino Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento políticos e sociais. O casal viajou a Moscou, Leningrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Logo estaria novamente em Paris, onde sensibilizou-se com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo consegue o dinheiro necessário para voltar ao Brasil, pois com a crise de 1929 ela perdeu praticamente todos os seus bens e sua fortuna.
No Brasil, por participar de reuniões políticas de esquerda e pela sua chegada após viagem à URSS, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, ao pintar o quadro “Operários”, a artista passa por uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe. Em meados dos anos 30, o escritor Luís Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, passa a ser seu companheiro constante, primeiro de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório e se casa com Luís Martins, com quem viveu até os anos 50.
A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza.

Últimas décadas: 1960 e 1970

Em 1965, separada de Luís e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias.
Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu de um ataque de diabetes, para seu desespero. Nesses tempos difíceis, Tarsila declara, em entrevista, sua aproximação ao espiritismo.
A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se torna amiga. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos mantiveram correspondência.
Tarsila do Amaral, a artista-símbolo do modernismo brasileiro, faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973 devido a depressão. Foi enterrada no Cemitério da Consolação de vestido branco, conforme seu desejo.

Representações na cultura

Tarsila do Amaral já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretada por Esther Góes no filme "Eternamente Pagu" (1987), Eliane Giardini nas minisséries "Um Só Coração" (2004) e "JK" (2006).
A artista também foi tema da peça teatral Tarsila, escrita entre novembro de 2001 e maio de 2002 por Maria Adelaide Amaral. A peça foi encenada em 2003 e publicada em forma de livro em 2004. A personagem-título foi interpretada pela atriz Esther Góes e a peça também tinha Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Anita Malfatti como personagens.
Tarsila do Amaral foi homenageada pela União Astronômica Internacional, que em 20 de novembro de 2008 atribuiu o nome "Amaral" a uma cratera do planeta Mercúrio.[1]
Em 2008, foi lançado o Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral, uma catalogação completa das obras da artista em três volumes, em realização da Base7 Projetos Culturais, com patrocínio da Petrobras, numa parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Estado de São Paulo.

Obras

  • Pátio com Coração de Jesus (Ilha de Wright) - 1921
  • A Espanhola (Paquita) - 1922
  • Chapéu Azul - 1922
  • Margaridas de Mário de Andrade - 1922
  • Árvore - 1922
  • O Passaporte (Portrait de femme) - 1922
  • Retrato de Oswald de Andrade - 1922
  • Retrato de Mário de Andrade - 1922
  • Estudo (Nu) - 1923
  • Manteau Rouge - 1923
  • Rio de Janeiro - 1923
  • A Negra - 1923
  • Caipirinha - 1923
  • Estudo (La Tasse) - 1923
  • Figura em Azul (Fundo com laranjas) - 1923
  • Natureza-morta com relógios - 1923
  • O Modelo - 1923
  • Pont Neuf - 1923
  • Rio de Janeiro - 1923
  • Retrato azul (Sérgio Milliet) - 1923
  • Retrato de Oswald de Andrade - 1923
  • Autorretrato - 1924
  • São Paulo (Gazo) - 1924
  • A Cuca - 1924
  • São Paulo - 1924
  • São Paulo (Gazo) - 1924
  • A Feira I - 1924
  • Morro da Favela - 1924
  • Carnaval em Madureira - 1924
  • Anjos - 1924
  • EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil) - 1924
  • O Pescador - 1925
  • A Família - 1925
  • Vendedor de Frutas - 1925
  • Paisagem com Touro I - 1925
  • A Gare - 1925
  • O Mamoeiro - 1925
  • A Feira II - 1925
  • Lagoa Santa - 1925
  • Palmeiras - 1925
  • Romance - 1925
  • Sagrado Coração de Jesus I - 1926
  • Religião Brasileira I - 1927
  • Manacá - 1927
  • Pastoral - 1927
  • A Boneca - 1928
  • O Sono - 1928
  • O Lago - 1928
  • Calmaria I - 1928
  • Distância - 1928
  • O Sapo - 1928
  • O Touro - 1928
  • O Ovo (Urutu) - 1928
  • A Lua - 1928
  • Abaporu - 1928
  • Cartão Postal - 1928
  • Antropofagia - 1929
  • Calmaria II - 1929
  • Cidade (A Rua) - 1929
  • Floresta - 1929
  • Sol Poente - 1929
  • Idílio - 1929
  • Distância - 1929
  • Retrato do Padre Bento - 1931
  • Operários - 1933
  • Segunda Classe - 1933
  • Crianças (Orfanato)- 1935/1949
  • Costureiras - 1936/1950
  • Altar (Reza) - 1939
  • O Casamento - 1940
  • Procissão - 1941
  • Terra - 1943
  • Primavera - 1946
  • Estratosfera - 1947
  • Praia - 1947
  • Fazenda - 1950
  • Porto I - 1953
  • Procissão (Painel) - 1954
  • Batizado de Macunaíma - 1956
  • A Metrópole - 1958
  • Passagem de nível III - 1965
  • Porto II - 1966
  • Religião Brasileira IV - 1970

Referências

Bibliografia

  • AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo / Aracy A. Amaral. - São Paulo: Ed. 34; Edusp, 2003.
  • AMARAL, Maria Adelaide. Tarsila / Maria Adelaide Amaral. - São Paulo : Globo, 2004.
  • GOTLIB, Nádia Battella. Tarsila do Amaral, a modernista / Nádia Battella Gotlib. 3a.ed. - São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.

Ver também

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Ligações externas

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Google presta homenagem ao escritor argentino Jorge Luis Borges


BUENOS AIRES — O motor de busca na internet Google prestou homenagem, nesta quarta-feira, a Jorge Luis Borges, nos 112 anos de seu nascimento, modificando o tradicional logotipo da página inicial com um desenho inspirado em dois contos do célebre escritor argentino.

O logotipo 'doodle', com a versão, foi incluído nas telas de apresentação de todas as versões mundiais.

Inspira-se nos contos "A Biblioteca de Babel" e "O jardim dos caminhos que se bifurcam", mostrando a imagem de um ancião de terno e bengala, que olha através de um labirinto de escadas, edifícios e bibliotecas.

A idéia de Borges era a de uma biblioteca em que todos os possíveis livros existissem, representando o universo em sua infinitude, sendo impossível para qualquer ser humano conhecer um pedaço significativo do todo, por mais dedicado que fosse em sua busca.

Assim, numa tradução literal, um dos extratos deste conto diz que "O universo (que outros chamam a Biblioteca) compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de ventilação no meio, cercados por varandas baixíssimas. De qualquer hexágono se veem os andares inferiores e superiores: interminavelmente", escreveu Borges.

"Pensei num labirinto de labirintos, em um sinuoso labirinto crescente que abarcasse o passado e o futuro e que implicasse de algum modo os astros", descreveu em "O Jardim...".

Um dos autores mais famosos do mundo nasceu no dia 24 de agosto de 1899, e soube misturar em suas obras fantasia e realidade; seus contos e poemas constituem peças únicas da literatura universal.

O criador de "El Aleph", "Fervor por Buenos Aires" e "Ficciones', faleceu no dia 14 de junho de 1986, aos 86 anos em Genebra, onde foi enterrado.

Com seus originais 'doodles', o Google já homenageou, entre outros, a escritora sueca Astrid Lindgren, criadora de Pippi Longstocking, o escritor Robert Louis Stevensor, o músico Manuel de Falla e a pintora mexicana Frida Khalo.

Entre os 'doodles' mais originais estava o preito ao escritor Julio Verne, no qual se podia viajar no oceano profundo, através do Nautilos.




Google homenageia Borges através dos contos 'A Biblioteca de Babel' e 'O jardim dos caminhos que se bifurcam' (AFP, John Macdougall)
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