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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

REPUBLICA DA ILANDA

República da Irlanda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Éire
Ireland

Irlanda
Bandeira da Irlanda
Brasão de armas da Irlanda
BandeiraBrasão de armas
Hino nacional: Amhrán na bhFiann
("Canção do Soldado")
Gentílico: Irlandês

Localização da Irlanda

Localização da República da Irlanda (em verde)
No continente europeu (em cinzento e verde-claro)
Na União Européia (em verde-claro)
CapitalDublin
53º20'N 6º16'W
Cidade mais populosaDublin
Língua oficialInglês e irlandês
GovernoRepública parlamentarista
- PresidenteMichael Higgins
- TaoiseachEnda Kenny
- TánaisteEamon Gilmore
Independênciado Reino Unido
- Declarada24 de abril de 1916
- Reconhecida6 de dezembro de 1922
Entrada na UE1 de janeiro de 1973
Área
- Total70 273 km² (120.º)
- Água (%)2,00%
População
- Estimativa de 20114 581 269[1] hab. (121.º)
- Censo 20064 239 848 hab.
- Densidade29 hab./km² (173.º)
PIB (base PPC)Estimativa de 2011
- TotalUS$ 175,185 bilhões* USD[2]
- Per capitaUS$ 39.311[2]
PIB (nominal)Estimativa de 2011
- TotalUS$ 212,792 bilhões* USD[2]
- Per capitaUS$ 47.750 USD[2]
Indicadores sociais
- IDH (2011)0,908 (7.º) – muito elevado[3]
- Esper. de vida78,9 anos (29.º)
- Mort. infantil4,9/mil nasc. (24.º)
- Alfabetização99,0% (19.º)
MoedaEuro () (EUR)
Fuso horário(UTC+0)
- Verão (DST)(UTC+1)
Org. internacionaisUE, OCDE
Cód. ISOIRL
Cód. Internet.ie¹
Cód. telef.+353
Website governamentalwww.irlgov.ie

Mapa da Irlanda
1. Também .eu, compartilhado com outros Estados-membros da União Européia.
Irlanda[4] (em irlandês: Éire e em inglês: Ireland), oficialmente República da Irlanda (em irlandês: Poblacht na hÉireann e em inglês: Republic of Ireland),[4] é um Estado soberano da Europa que ocupa cerca de cinco sextos da ilha homônima. É uma república constitucional governada como uma democracia parlamentar, com um presidente eleito servir como chefe de Estado. Considerada um país desenvolvido, a Irlanda tem o sétimo mais alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo,[3] além de ótimas classificações em índices que medem o grau de democracia e liberdades como a de imprensa, econômica e política. Além da União Europeia (UE), a Irlanda também é membro do Conselho da Europa, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e das Organização das Nações Unidas (ONU). Sua capital é Dublin e sua população é estimada em 4,58 milhões de habitantes.[1]
O Estado moderno irlandês foi fundado em 1922 como o Estado Livre Irlandês, um domínio dentro do Império Britânico, na sequência do Tratado Anglo-Irlandês que pôs fim à Guerra de Independência da Irlanda. A partição da Irlanda já havia sido prevista na legislação britânica anterior a 1921,[5] como forma de resposta à oposição irlandesa ao Home Rule britânico ou aos movimentos de independência de unionistas, que formaram uma maioria na parte nordeste do país. Seis dos nove condados da província nortista do Ulster foram então estabelecidos como a Irlanda do Norte, uma parte do Reino Unido, com o qual o Estado irlandês divide a sua única fronteira terrestre. A Irlanda é cercada pelo Oceano Atlântico, com o mar Céltico ao sul, o Canal de São Jorge a sudeste e o Mar da Irlanda a leste.
Em 1801, os reinos da Irlanda e da Grã-Bretanha, anteriormente em uma união pessoal, foram unidos para formar o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Após uma uma revolta fracassada em 1916, em 1919 os parlamentares nacionalistas irlandeses apoiaram a criação da República Irlandesa e formaram um parlamento separatista, enquanto o Exército Republicano Irlandês lançou uma guerra de guerrilha para realizar a independência. O Tratado Anglo-Irlandês de 1922 concluiu essa guerra e estabeleceu o Estado Livre da Irlanda como um domínio de auto-governado dentro da Commonwealth britânica. A Irlanda do Norte optou por permanecer como parte do Reino Unido. O estado independente aumentou a sua soberania através do Estatuto de Westminster, em 1931, e coma a crise de abdicação de 1936. Uma nova constituição, em 1937, declarou um Estado soberano chamado Irlanda (Éire).[6][7] O Ato da República da Irlanda proclamou a Irlanda como uma república em 1949, removendo os direitos remanescentes dos monarcas. O país, consequentemente, retirou-se da Commonwealth britânica.[8]
Apesar de atualmente estar entre os países mais ricos do mundo em termos de PIB per capita,[2] a Irlanda foi uma das nações mais pobres na Europa enquanto esteve sob domínio do Reino Unido e durante décadas após a sua independência. O protecionismo econômico foi desmantelado no final dos anos 1950 e a Irlanda aderiu à Comunidade Econômica Europeia em 1973. O liberalismo econômico a partir do final dos anos 1980 em diante resultou em uma rápida expansão da economia do país, particularmente de 1995 a 2007, o que ficou conhecido como o período do Tigre Celta. Uma crise financeira sem precedentes a partir de 2008 terminou com esta era de rápido crescimento econômico.[9][10]

Índice

[esconder]

 Etimologia

O artigo 4.º da Constituição irlandesa, que foi adoptada em 1937, declara que "o nome do estado é Éire, ou, no idioma inglês, Ireland".[11] Para todos os fins oficiais, inclusive nos tratados internacionais e em outros documentos legais, onde a linguagem dos documentos é o inglês, o governo irlandês usa o nome Ireland. O mesmo é utilizado em relação ao nome Éire nos documentos escritos em gaélico. As Instituições da União Europeia seguem a mesma prática. Desde que a língua irlandesa se tornou numa das línguas oficiais da UE, em 1 de Janeiro de 2007, o nome das chapas que identificam os membros representantes do Estado irlandês durante as reuniões da UE, têm escrito Éire - Ireland, tal como é feito nos passaportes irlandeses.[12]
Desde 1949, o Acto da República da Irlanda, tem o nome de República da Irlanda como designação oficial para o Estado. A lei destinava-se principalmente a declarar que a Irlanda era uma república em vez de uma monarquia constitucional. Previa-se a designação oficial passar a ser o seu nome oficial, mas isso não aconteceu. Em 1989, o Supremo Tribunal de Justiça irlandês rejeitou um mandado de extradição do uso de República da Irlanda. Nas palavras do Presidente do Tribunal, Sir Nicholas Walsh, "se os tribunais de outros países que procuram a ajuda deste país não estão dispostos a dar esse Estado constitucional, em corrigir o seu nome reconhecido internacionalmente, devem, em seguida, na minha opinião, os mandados serem devolvidos a esses países, até eles serem corrigidos."[13]
O que é agora Irlanda tem sido conhecida por uma série de outros nomes, de todos os que ainda são utilizados, por vezes, de forma oficiosa. Toda a ilha da Irlanda foi, unilateralmente, proclamada uma república independente pelos rebeldes em 1916, e denominada como o República da Irlanda (em irlandês: Poblacht na hÉireann, posteriormente Saorstát Éireann). Na sequência da eleição geral de 1918, a proclamação foi ratificada pelos deputados do seu primeiro Parlamento. Entre 1921 e 1922, quando o governo britânico legislou estabelecer o que é hoje a Irlanda, como uma região autónoma do Reino Unido, foi chamado Irlanda do Sul. Na sequência do Tratado Anglo-Irlandês, a partir de 1922 e até 1937, como um domínio da Comunidade Britânica das Nações, que foi denominado como Estado Livre Irlandês (em irlandês: Saorstát Éireann). Esse nome foi abolido com a aprovação da actual Constituição irlandesa. Outros nomes, tais como o Estado Livre, Vinte e seis condados do Sul e O Sul (um nome frequentemente usado por pessoas da Irlanda do Norte) também são frequentemente utilizados.

 História

A Irlanda é o sucessor do Estado Livre Irlandês. Este domínio tem sido constituído quando toda a ilha da Irlanda se separou do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda em 6 de Dezembro de 1922. No entanto, no dia seguinte, o Parlamento da Irlanda do Norte exerceu o seu direito ao abrigo do Tratado Anglo-Irlandês, e optou voltar a pertencer ao Reino Unido.[14] Esta acção, conhecida como a Partição da Irlanda, foi seguida de quatro tentativas para introduzir o governo autónomo de toda a ilha da Irlanda (em 1886, 1893, 1914 e 1920). O Estado Livre Irlandês foi abolido quando a Irlanda foi formalmente criada em 29 de Dezembro de 1937, o dia em que a sua Constituição entrou em vigor.
A independência Irlandesa da Grã-Bretanha em 1922 foi precedida pela Guerra de Independência e a Revolta da Páscoa de 1916, quando voluntários irlandeses e membros do Exército Civil Irlandês tomaram o comando de lugares em Dublin e Galway sob os termos expressos na Proclamação da República da Irlanda. Os sete signatários desta proclamação, Patrick Pearse, Thomas MacDonagh, Clarke Thomas, Sean MacDiarmada, Joseph Plunkett, Eamonn Ceannt e James Connolly, foram executados, juntamente com outras nove pessoas, e milhares foram internados, precipitando a Guerra de Independência da Irlanda.

 Antecedentes históricos

A partir do Acto da União em 1 de Janeiro de 1801, e até 6 de Dezembro de 1922, a Irlanda tinha feito parte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Durante a Grande Fome, de 1845 a 1849, a população da ilha que contava com 8 milhões de habitantes, caiu 30 por cento. Sob domínio britânico, um milhão de irlandeses morreram de inanição e outro 1.5 milhões emigraram,[15] que definiu o padrão de emigração para o século que se seguia e teria como resultado um declínio constante até à década de 1960. A partir de 1874, mas especialmente a partir de 1880, no mandato de Charles Stewart Parnell, o Partido Parlamentar Irlandês alcançou proeminência através de generalizada agitação agrária que ganhou reformas agrícolas para inquilinos e com as suas tentativas de ganhar a aprovação de duas propostas de lei (Home Rule Bills), que teriam concedido à Irlanda limitada autonomia nacional dentro do Reino Unido. Estes, no entanto, levaram as "camadas populares" a controlar os assuntos nacionais sob Acto do Governo da Irlanda de 1898, anteriormente nas mãos de grande júris dominados por proprietários de terras.

 Estatuto Home Rule

O Home Rule parecia certo, em 1911, quando a Câmara dos Lordes perderam o seu veto e John Redmond garantiu o terceiro lugar no Ato do Governo da Irlanda de 1914. O Movimento Unionista, no entanto, tinha vindo a crescer desde 1886 entre os irlandeses protestantes, após a introdução do projecto de uma Casa de Governo, temendo que eles enfrentassem discriminação e perder privilégios económicos e sociais se irlandeses católicos fossem realizar uma verdadeira força política. Embora o sindicalismo irlandês existisse em toda a Irlanda, ainda no final do século XIX e início do século XX, o sindicalismo foi particularmente forte em partes de Ulster, onde a industrialização foi mais comum em contraste com a maioria agrária do resto da ilha. Além disso, a população protestante localizava-se principalmente em Ulster, com maiorias sindicalistas existentes em cerca de quatro condados.

Resistência

Assinaturas do Tratado Anglo-Irlandês de 1921.
Sob a liderança de Dublin, Sir Edward Carson do Partido Unionista Irlandês e os habitante do Norte, apoiados por Sir James Craig do Partido Unionista de Ulster, tornaram-se fortemente militantes, a fim de se oporem à Coerção de Ulster. Depois do Artigo Principal que passou no Parlamento em Maio de 1914, para evitar a rebelião com Ulster, o Primeiro-Ministro britânico H. H. Asquith, introduziu uma regra ratificativa, relutantemente, admitindo a liderança por parte da Irlanda, que prevê a exclusão temporária do Ulster, a partir do funcionamento por um período experimental de seis anos, como ainda indecisos com o novo conjunto de medidas a adoptar para a área. Apesar de ter recebido o Royal Assent e de ser colocado sobre o estatuto, o terceiro Acto do Governo Irlandês de 1914, foi suspenso até depois da I Guerra Mundial. Para assegurar a aplicação da lei no final da guerra, Redmond e os seus voluntários irlandeses apoiaram os Aliados na I Guerra Mundial, juntando 175.000 membros do regimento irlandês à 10.ª e à 16.ª Divisão Irlandesa do Reino Unido, enquanto que os Unionistas ingressaram na 36.ª Divisão de Ulster do Novo Exército Britânico.[16]
Em Janeiro de 1919, após as eleições gerais de 1918, 73 dos 106 membros eleitos para o Parlamento eram do Sinn Féin, que se recusou a tomar os seus lugares na Câmara dos Comuns, no Reino Unido. Em vez disso, eles criaram um Parlamento irlandês chamado Dáil Éireann. Este, emitiu em Janeiro de 1919, uma Declaração de Independência e proclamaram a República da Irlanda. A declaração foi principalmente uma reafirmação da Proclamação de 1916, com a disposição adicional que a Irlanda não era mais um território pertencente ao Reino Unido. A nova República da Irlanda só foi reconhecida internacionalmente pela República Socialista Federativa Soviética Russa. A República do Aireacht (ministério) enviou uma delegação ao abrigo do ceann Comhairle Seán T. O'Kelly para a Conferência de Paz de Paris de 1919, mas não foi admitido.
Após lutarem amargamente na Guerra da Independência e, após terem sido dominados em Julho de 1921, representantes do governo britânico e delegados irlandeses para o Tratado, liderados por Arthur Griffith, Robert Barton e Michael Collins, negociaram o Tratado Anglo-Irlandês, em Londres, de 11 de Outubro a 6 de Dezembro de 1921. Os delegados irlandeses criaram uma sede em Hans Place, em Knightsbridge, e ali estiveram reunidos em privado até que às 11:15 da manhã do dia 5 de Dezembro, tomaram a decisão de recomendar o Tratado ao Dáil Éireann. De acordo com o Tratado, os britânicos concordaram com a criação de um Estado independente irlandês, através do qual o Estado Livre Irlandês tinha o estatuto de domínio. Segundo o Segundo Dáil Éireann, o tratado foi restritivamente ratificado.
O Tratado não era inteiramente satisfatório para ambos os lados. Deu mais concessões para os irlandeses do que os britânicos tinham intenção de dar, mas não foi suficientemente longe para satisfazer as aspirações republicanas. O novo Estado Livre Irlandês, em teoria, cobria toda a ilha, sujeita à condição de que os seis condados do nordeste, denominados "Irlanda do Norte", que tinha sido criado em 1920, poderia optar por sair e escolher permanecer parte integrante do Reino Unido, o que eles fizeram. Os restantes vinte e seis condados (originalmente "Irlanda do Sul", no âmbito da Lei) tornou-se o Estado Livre Irlandês, uma monarquia constitucional sobre a qual o monarca britânico reinava (a partir de 1927 com o título Rei da Irlanda). Ele tinha um Governador-Geral, uma Parlamento bicameral, um gabinete chamado de "Conselho Executivo" e um primeiro-ministro, chamado Presidente do Conselho Executivo.

 Partição

A Guerra Civil Irlandesa foi uma consequência directa da criação do Estado Livre Irlandês. As forças do Anti-Tratado, lideradas por Éamon de Valera, opôs-se ao facto de que a aceitação do Tratado abolir a República da Irlanda, para o qual tinham jurar lealdade em 1919, argumentando apoio público para a resolução de que as "pessoas que não têm o direito de fazer errado". A maior parte opõe-se ao facto de que o Estado continue a fazer parte da Comunidade Britânica de Nações e que o Teachtaí Dala (membros da legislatura) terem de jurar um juramento de fidelidade a Jorge V do Reino Unido e seus sucessores. As forças Pro-Tratado, lideradas por Michael Collins, defendeu que o Tratado deu "não a derradeira liberdade que todos aspiram para desenvolver a Nação, mas a liberdade para alcançá-la".
No início da guerra, o Exército Republicano Irlandês (IRA) dividiu-se em dois campos opostos: uma pró-IRA e outra anti-IRA. O pró-IRA (que apoiava o Tratado) dissolveu-se e ingressou na Exército Irlandês. No entanto, graças à falta de uma estrutura de comando eficaz, o anti-IRA (que não apoiava o Tratado), e as suas tácticas defensivas durante toda a guerra, Michael Collins e a sua Força pró-Tratado, foram capazes de criar um exército com muitas dezenas de milhares de veteranos da I Guerra Mundial, a partir de 1922, que dissolveu o regimento irlandês do Exército britânico, capaz de "esmagar" os anti-Tratado. Suprimentos britânicos de artilharia, aviões, máquinas-metralhadoras e munições, impulsionaram as forças pró-tratado, e a ameaça de um regresso às forças da Coroa pro parte do Estado Livre, foram dissipadas. A falta de apoio público para as forças anti-Tratado (muitas vezes chamadas de Irregulares) e da determinação do Governo para superar essas forças, contribuiu significativamente para a sua derrota.
A destruição causada pela guerra causou prejuízos económicos consideráveis para o Estado Livre nos primórdios da sua existência, e os Unionistas da Irlanda do Norte endureceram-se em distanciar-se do Estado Livre.

 Constituição de 1937

Em 29 de Dezembro de 1937, uma nova Constituição, a Constituição da República da Irlanda (em irlandês: Bunreacht na hÉireann), entrou em vigor. Ela substituiu a Constituição do Estado Livre Irlandês e criaram um novo estado chamado simplesmente "Éire", ou, no idioma inglês, "Ireland". O antigo Governo do Estado Livre tomou medidas para abolir formalmente o Gabinete de Governador-Geral, alguns meses antes da nova Constituição entrar em vigor.[17]
Apesar da Constituição da Irlanda criar o cargo de Presidente da República da Irlanda, entre 1937 e 1949, a Irlanda não era tecnicamente uma república. Isto porque o principal papel possuído por um Chefe de Estado, que representa simbolicamente a Irlanda, permaneceu internacionalmente adquirido ao abrigo da lei ordinária do Rei da Irlanda como um órgão do Governo irlandês.
O período de neutralidade irlandesa durante durante a II Guerra Mundial, foi descrito como A emergência.
Em 1973, a Irlanda se tornou membro da CEE junto com o Reino Unido e a Dinamarca.
A posição do Rei da Irlanda cessou com a passagem do Acto de 1948 da República da Irlanda, que entrou em vigor em 18 de Abril de 1949, quando o cargo de Presidente da Irlanda substituiu o do Rei da Irlanda. A lei declarou que o país poderia ser descrito como uma república. Mais tarde, o Acto da Coroa da Irlanda, na Irlanda, foi formalmente revogada pela Lei de Revisão do Estatuto (Estatuto da Pré-União Irlandesa) no Acto de 1962.
A Irlanda manteve-se no Commonwealth após a independência e até à declaração de uma república em 18 de Abril de 1949. Sob o regime da Commonwealth, na altura, uma declaração de uma república, rescindia automaticamente um Estado membro da Commonwealth. Por isso, a Irlanda deixou imediatamente de ser um membro e decidiu não se recandidatar posteriormente á adesão à Commonwealth, quando mais tarde esta mudou as suas regras para permitir que repúblicas pudessem aderir à Commonwealth.
A Irlanda aderiu às Nações Unidas em 1955 e a União Européia em 1973. Os governos irlandeses vêm buscando a unificação pacífica das Irlandas e cooperaram com o governo britânico contra a violência entre os grupos parlamentaristas e os grupos norte-irlandês conhecidos como Troubles (Problemas). Um acordo de paz foi aprovado em 1998, conhecido como Acordo da Sexta-feira Santa ou Acordo de Belfast (Capital da Irlanda do Norte), tendo sido votado em ambas as Irlandas, sendo implantado atualmente.

Geografia

A ilha da Irlanda tem uma extensão de mais 84 421 km², dos quais cinco sextos pertencem á República da Irlanda, constituindo o restante a Irlanda do Norte. É banhada a oeste pelo oceano Atlântico, a nordeste pelo canal do Norte, a leste pelo mar da Irlanda e a sudeste e sul pelo canal de São Jorge e pelo mar Céltico. A costa ocidental da Irlanda consiste principalmente de arribas, colinas e montanhas baixas (o ponto mais elevado é o Carrauntoohil, com 1 041 m).
O interior do país é predominantemente composto por terras agrícolas relativamente planas, atravessadas por rios como o Shannon e ponteado por vários lagos grandes, os loughs. O centro do país faz parte da bacia hidrográfica do rio Shannon, e contém grandes áreas de paul, usados para a produção de turfa.
O clima temperado da ilha é modificado pela corrente do Atlântico Norte e é relativamente suave. Os verões raramente são muito quentes, mas é raro fazer muito frio no inverno. A precipitação é muito comum, com até 275 dias de chuva por ano em algumas partes do país. As cidades principais são a capital, Dublin, na costa oriental, Cork no sul, Galway e Limerick na costa ocidental e Waterford na costa sudeste .

 Demografia

Dublin, capital e maior cidade da Irlanda.
A população total da ilha da Irlanda é pouco mais de 6 milhões de habitantes (2006), dos quais 4 239 848 residem na República da Irlanda[18] (1,7 milhões de habitantes residem na Área Metropolitana de Dublin),[19] e 1,7 milhões de habitantes na Irlanda do Norte[20] (600 000 dos quais a residir na Área Metropolitana de Belfast[21] que corresponde à população total das cidades de Belfast, Castlereagh, Carrickfergus e Lisburn). Em 1841, a população era de 6,5 milhões de habitantes,[21] e caiu para 5,1 milhões em 1850 após a Grande Fome Irlandesa, com a emigração em massa. A população continuou a descer até aos anos da década de 1960, como indicado em dados relativos a 1901, onde a população era de 3,2 milhões de habitantes, contrapondo os 2,8 milhões de 1961, mas a partir dessa altura, tem vindo a aumentar novamente.[21] Na década de 1990, e ainda mais na de 2000, a imigração tem vindo a aumentar.
A Irlanda tem sido habitada há pelo menos 9000 anos, embora pouco se saiba sobre as pessoas da era do Paleolítico e do Neolítico que habitaram a ilha. Os registos históricos e genealógicos revelam a existência de diversos povos (Cruithne, Attacotti, Conmaicne, Eóganachta, Érainn, Soghain, e outros). Durante os últimos 1000 anos, foram influenciados pelos Vikings, que fundaram vários portos, incluindo o de Dublin, e também pelos Normandos. No entanto, a maioria (80%) da população é descendente de que os primeiros habitantes da ilha tenham a habitando a partir do final da Idade do Gelo. Muitos, na Irlanda do Norte, são descendentes dos colonos de Inglaterra, especialmente dos da Escócia.
Evolução da população irlandesa ao longo do século XX.
Representação gráfica dos grupos populacionais imigrantes na Irlanda, com mais de 10 mil pessoas, em 2006.
Durante muitos anos, acreditou-se que os irlandeses são de origem "celta". No entanto, os recentes indícios de ADN mostram que as pessoas do oeste da Irlanda e de Gales (e, em menor grau, da Escócia e da Inglaterra) têm muitos traços genéticos em comum com o povo do norte da Península Ibérica, formalmente conhecida como Gallaecia. Na verdade, a origem da toponomia etimológico de Galiza, no País de Gales, Galiza, no noroeste da Península Ibérica, e Gália e Galiza, na Polónia, é proveniente da mesma raiz celta, resultado do baixo domínio celta em relação ao latim. Além disso, alguns teorizam que, embora o basco não seja, certamente, uma língua celta, poderia ter sido do contacto com a cultura celta, através da imigração de irlandeses, que é conhecido como pré-celta. Esta posição é difícil de confirmar porque a informação é relativamente nova. Culturalmente, porém, os irlandeses são inegavelmente de origem celta, e mais semelhantes ao povo galego, escocês e galês.
Desde a entrada da Polónia na União Europeia, os polacos foram a maior fonte de migrantes provenientes da Europa Central,[22] seguido por outros migrantes da Lituânia, República Checa e Letónia.
A economia estável, os altos salários e a elevada qualidade de vida, atrai muitos novos imigrantes provenientes dos países da União Europeia: a Irlanda registou um significativo número de migrantes provenientes da Roménia na década de 90. Nos últimos anos, os chineses também migraram para a Irlanda em números significativos. Os nigerianos, juntamente com pessoas de outros países africanos, fazem parte de um grande número de imigrantes de países que não pertencem à União Europeia.
Depois de Dublin (com 1.661.185 habitantes na área metropolitana), as maiores cidades da Irlanda são Cork (380.000 habitantes na área metropolitana), Limerick (93.321 habitantes na área metropolitana), Galway (71.983 habitantes na cidade) e Waterford (45.775 habitantes na cidade).
A actual composição étnica é a seguinte:[23]

 Imigração

Após séculos de apenas emigração líquida para quase todos os continentes do mundo, com excepção da "plantação" de protestantes em resultado da conquista da Irlanda por Cromwell, o bom desempenho económico dos últimos quinze anos tem vindo a inverter esta situação, transformando-a numa imigração líquida. Segundo o último censo de 2006, aproximadamente 10% da população era de origem estrangeira. Mais de 112 000 são britânicos, que é a maior nacionalidade estrangeira na Irlanda, representando mais de 25% de todos os estrangeiros. Existem ainda 63 000 da Polónia, 25 000 da Lituânia, 13 000 da Letónia e 10 000 da Alemanha. Além disso, cerca de 52 000 habitantes são provenientes do resto dos países da União Europeia, e mais de 24 000 dos restantes países da Europa. Cerca de 35 000 são provenientes de outros países, nomeadamente de África. Destes, 16 000 são naturais da Nigéria. Cerca de 11 000 vêm da China e 38 000 do resto dos países da Ásia. Mais de 12 000 são dos Estados Unidos e 9 000 de outros países da América.[24]

 Língua

Sinal de trânsito com inscrições em língua irlandesa.
As línguas oficiais são o irlandês, a língua celta nativa, e o inglês, que constitucionalmente é descrito como uma língua oficial secundária. Aprender irlandês é obrigatório no ensino do país, mas o inglês é amplamente prevalente. A sinalética é geralmente bilíngue, que também existe na mídia nacional irlandesa. As pessoas pertencentes a comunidades de língua predominantemente irlandesa (o Gaeltacht) existem principalmente na costa ocidental da ilha.[25]

Religião

Na República da Irlanda, 86,8% da população é Católica, religião introduzida por São Patrício, mas tem havido um enorme declínio na participação em serviços religiosos.[26] Entre 1996 e 2001, a presença regular na missa, já em declínio anteriormente, havia diminuído de 60% para 48% (em 1973 excedeu os 90%), existindo apenas dois seminários em todo o país.[27] A imagem da Igreja também foi danificada na década de 1990 por causa de uma série de escândalos sexuais e encobrimentos dentro da própria hierarquia. Em 1995, na sequência de um embargo de cerca de 60 anos, os eleitores escolheram voltar a legalizar o divórcio na República. Mesmo assim, o número de praticantes é superior à média europeia. A religião católica na Irlanda é também um símbolo de identificação nacional.
A segunda igreja cristã com maior número de praticantes, é a Igreja da Irlanda, que, depois de experimentar uma queda durante a maior parte do século XX, tem vindo a crescer o seu número de participantes, de acordo com o censo de 2002, como já tem acontecido com outras religiões cristãs e islâmicas. Comunidades judaica viviam na Irlanda, durante a Idade Média, e uma comunidade de sefarditas fixou-se em Dublin, em 1660.
De acordo com o censo de 2006, o número de pessoas que afirmaram não pertencer a nenhuma religião foi de 186.318 (4,4%). Adicionalmente, 1515 pessoas declararam ser agnósticas e 929 ateus. Portanto, o total não-religioso é de 4,5% da população. O resto da população, ou 70.322 (1,7%), não declarou nenhuma religião.[28]

Política

A Irlanda é uma democracia parlamentar. O poder legislativo é exercido pelo Parlamento (Oireachtas), constituído pelo Presidente e duas câmaras: o Dáil Éireann (Câmara dos Deputados) e o Seanad Éireann (Senado). Os 166 membros do Dáil são eleitos por sufrágio universal, por um período máximo de cinco anos, segundo o sistema de representação proporcional. O Senado compõe-se de 60 membros, dos quais 11 são nomeados pelo Primeiro-Ministro (Taoiseach), 43 são eleitos pelos membros do Dáil, do anterior Seanad e das autoridades locais a partir de listas de candidatos que pertencem a cinco sectores essenciais da sociedade: educação, agricultura, trabalhadores, indústria e comércio e administração. As universidades elegem seis membros do Senado.
Qualquer proposta de lei de revisão constitucional necessita do acordo das duas câmaras e de ser ratificada por referendo. O Presidente, que é eleito directamente por sete anos, nomeia, sob proposta do Dáil, o Primeiro-Ministro e sob proposta deste e o acordo prévio do Dáil, os ministros. O Dáil Éireann pode ser convocado ou dissolvido pelo Presidente, após parecer do Primeiro-Ministro. O Governo é constituído por um máximo de 15 membros, dos quais dois devem pertencer ao Senado e os restantes ao Dáil.
O presidente atua como chefe de Estado e é eleito para um mandato de sete anos e pode ser reeleito uma vez. O presidente é essencialmente uma figura simbólica, mas a ele é confiado com certos poderes constitucionais com o parecer do Conselho de Estado. O escritório tem absoluta discrição em algumas áreas, como refere um projeto de lei para o Supremo Tribunal para um julgamento sobre sua constitucionalidade.[29] Michael D. Higgins tornou-se o nono presidente da Irlanda em 11 de novembro de 2011.[30]

 Subdivisões

A República da Irlanda tinha tradicionalmente vinte e seis municípios, e estes ainda são utilizados em contextos culturais e desportivos. Eles também são utilizados para fins postais. Os círculos eleitorais do Dáil são obrigados por lei a seguir os limites dos concelhos, tanto quanto possível. Daí, os municípios com maior população têm vários círculos eleitorais (por exemplo, Limerick Leste/Oeste) e alguns círculos eleitorais compostos por mais de um concelho (por exemplo, Sligo-Leitrim Norte), mas de uma maneira geral, as fronteiras não são reais.
No entanto, já existiu um processo de reestruturação, como a abolição de Condado de Dublin, distribuíndo-o entre os três novos concelhos municipais na década de 1990 e de Condado de Tipperary, tendo sido, administrativamente, dois condados distintos desde a década de 1890. Actualmente, existe um total de vinte e nove concelhos administrativos e cinco cidades. As cinco cidades - Dublin, Cork, Limerick, Galway e Waterford (Kilkenny é uma cidade, mas não possui um conselho municipal) - são administradas separadamente do restante dos seus respectivos municípios. Existe ainda cinco vilas - Clonmel, Drogheda, Kilkenny, Sligo e Wexford - que têm um nível de autonomia dentro do concelho. Os municípios estão agrupados em regiões para fins estatísticos. Eis a lista de condados da República da Irlanda:
Mapa da República da Irlanda (a verde) com os condados numerados.
República da Irlanda
  1. Dublin
    Dublin
    Dún Laoghaire-Rathdown
    Fingal
    South Dublin
  2. Wicklow
  3. Wexford
    Wexford (Vila)
  4. Carlow
  5. Kildare
  6. Meath
  7. Louth
    Drogheda (Vila)
  8. Monaghan
  9. Cavan
  10. Longford
  11. Westmeath
  12. Offaly
  13. Laois
  14. Kilkenny
    Kilkenny (Vila)
  1. Waterford
    Waterford
  2. Cork
    Cork
  3. Kerry
  4. Limerick
    Limerick City
  5. Tipperary
    North Tipperary
    South Tipperary
    Clonmel (Vila)
  6. Clare
  7. Galway
    Galway
  8. Mayo
  9. Roscommon
  10. Sligo
    Sligo (Vila)
  11. Leitrim
  12. Donegal

Economia

Centro Internacional de Serviços Financeiros, em Dublin.
Desde os anos 1980, a economia irlandesa deixou de ser predominantemente agrícola e transformou-se em uma economia moderna focada em indústrias de alta tecnologia e serviços. O país adotou o euro em 2002, juntamente com onze outros Estados-membros da UE.[31] O país é fortemente dependente de investimento estrangeiro direto e tem atraído várias empresas multinacionais, devido a uma força de trabalho altamente qualificada e uma taxa de impostos baixa.[32]
Algumas empresas, como a Intel, investiram na Irlanda durante o final dos anos 1980, mais tarde seguida pela Microsoft e pelo Google. A Irlanda é classificada como sétima economia mais economicamente livre no mundo, segundo o Índice de Liberdade Econômica. Em termos de PIB per capita, a Irlanda é um dos países mais ricos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da União Europeia (UE). No entanto, o país está abaixo da média da OCDE em termos de PNB per capita. O PIB é significativamente maior que o PNB devido à grande quantidade de empresas multinacionais com sede na Irlanda.[32]
A partir no início dos anos 1990, o país experimentou um crescimento econômico sem precedentes que foi alimentado por um aumento dramático em construção, gastos do consumidor e investimento, o que ficou conhecido como o período do Tigre Celta. O ritmo de crescimento abrandou em 2007 e levou à explosão de uma bolha imobiliária que havia se desenvolvido ao longo do tempo.[33] A queda abrupta dos preços das propriedades revelou a sobre-exposição da economia sobre a construção e tem contribuído para a manutenção da crise bancária irlandesa. A Irlanda entrou oficialmente em recessão em 2008, após vários meses consecutivos de contração econômica.[34]
A Spire of Dublin simboliza a modernização e o crescimento econômico da Irlanda.
A economia do país se contraiu -1,7% em 2008, -7,1% em 2009 e -1% em 2010. O país saiu oficialmente da recessão em 2010, quando foi auxiliado por um forte crescimento, de 6,9%, nas exportações do primeiro trimestre.[35] No entanto, devido a um aumento significativo no custo dos empréstimos e recapitalização bancária, a Irlanda aceitou 85 bilhões de euros do programa de assistência da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de empréstimos bilaterais do Reino Unido, Suécia e Dinamarca.[36] Algumas previsões estimam que a Irlanda irá crescer 0,9% em 2011 e 2,2% em 2012.[37]
Embora as corporações multinacionais dominem setor de exportações da Irlanda, esse setor econômico contribui significativamente para a renda nacional. O país é um dos maiores exportadores de produtos farmacêuticos, softwares e serviços relacionados no mundo, além de ser o sétimo maior produtor de concentrados de zinco e o décimo segundo maior produtor de concentrados de chumbo. O país também tem depósitos significativos de gipsita, calcário e quantidades menores de cobre, prata, ouro, barita e dolomita.[31]
Outras exportações incluem produtos agro-alimentares, gado, carne, produtos lácteos e alumínio. As principais importações da Irlanda incluem equipamentos de informática, produtos químicos, petróleo e produtos petrolíferos, têxteis e vestuário. A diferença entre as exportações (€ 89,4 bilhões) e importações (€ 45,5 bilhões) resultou em um superávit comercial anual de 43,9 bilhões em 2010, o maior superávit comercial em relação ao PIB alcançado por qualquer Estado-membro da UE.[38]
A UE é de longe o parceiro comercial mais importante do país, respondendo por 57,9% das exportações e 60,7% das importações irlandesas. O Reino Unido é o parceiro comercial mais importante no âmbito da UE, respondendo por 15,4% das exportações e 32,1% das importações. Fora da UE, os Estados Unidos responderam por 23,2% das exportações e 14,1% das importações em 2010.[38]

 Infraestrutura

 Saúde

Centro de Pesquisa de Doenças no Hospital Beaumont, em Dublin.
O Ministro da Saúde tem a responsabilidade de definir a política geral do serviço de saúde. Toda pessoa física residente na Irlanda tem o direito de receber cuidados de saúde através do sistema público de saúde, que é gerido pelo Serviço Executivo de Saúde e financiado por impostos gerais. Uma pessoa pode ser obrigada a pagar uma taxa subsidiada pela assistência médica recebida, o que depende de fatores como renda, idade, tipo de doença ou incapacidade. Todos os serviços de maternidade são fornecidos gratuitamente para crianças com idade de até 6 meses. Cuidados de emergência são fornecidos gratuitamente para qualquer pessoa admitida através dos serviços de urgência. No entanto, aos visitantes dos departamentos de Acidente e Emergência, em situações não-emergenciais que não são referidas pelo médico da família, pode incorrer uma taxa de € 100. Em algumas circunstâncias essa taxa não é paga ou pode ser dispensada.[39]
Qualquer pessoa que tenha um Cartão Europeu de Seguro de Saúde tem o direito de livre de manutenção e tratamento em leitos públicos no sistema público de saúde e em hospitais privados. Serviços ambulatoriais também são fornecidas gratuitamente. No entanto, a maioria dos pacientes com renda média ou acima são obrigados a pagar as despesas hospitalares subsidiadas. Os seguros privados de saúde estão disponíveis à população para aqueles que querem usar esse tipo de serviço.
A expectativa de vida na Irlanda é 79,2 anos, sendo 76,8 anos para os homens e 81,6 anos para as mulheres.[40] O país tem a maior taxa de natalidade na União Europeia (16,8 nascimentos por 1.000 habitantes, contra uma média europeia de 10,7)[41] e uma taxa de mortalidade infantil muito baixa (3,5 por 1.000 nascidos vivos).

Educação

A University College Cork foi fundada em 1845 e é uma universidade constituinte da Universidade Nacional da Irlanda.
A Irlanda tem três níveis de ensino: primário, secundário e superior. Os sistemas de ensino estão, em grande parte, sob a orientação do governo através do Ministro da Educação e Habilidades. Escolas primárias e secundárias reconhecidas devem aderir ao currículo estabelecido pelos órgãos competentes. O ensino é obrigatório entre as idades de 6 e 15 anos e todas as crianças até a idade de 18 anos devem completar os três primeiros anos do ensino secundário, incluindo uma sessão do exame de Certificado Júnior.[42]
O Leaving Certificate, que é aplicado após dois anos de estudo, é o exame final do sistema de ensino secundário. Aqueles que pretendem prosseguir para o ensino superior, normalmente fazem este exame, com acesso a cursos de terceiro nível, geralmente dependendo dos resultados obtidos a partir das seis melhores disciplinas cursadas, numa base competitiva.[43] Prêmios de terceiro nível de educação são conferidos por mais de 38 instituições de ensino superior, incluindo a University College Dublin', a Universidade de Dublin, o Instituto de Tecnologia de Dublin, a Universidade Nacional da Irlanda, o Instituto de Tecnologia de Cork, o Instituto de Tecnologia de Waterford e a Universidade de Limerick. Estas são as autoridades que conferem o grau de aprovação pelo governo e podem conceder prêmios em todos os níveis acadêmicos.
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), atualmente classifica a educação da Irlanda como a 20ª melhor do mundo entre os países participantes em áreas como ciência, sendo significativamente maior do que a média da OCDE.[44] Em 2006, os estudantes irlandeses com 15 anos tiveram o segundo maior nível de literacia em leitura na União Europeia.[45] Os níveis de ensino primário, secundário e superior são todos gratuitos na Irlanda para todos os cidadãos da União Europeia.[46]

Transportes

Auto-estrada N2.
Os três principais aeroportos internacionais da República da Irlanda são Dublin, Shannon e Cork, que servem muitas rotas europeias e intercontinentais com voos regulares e fretados. A rota Londres-Dublin é a rota aérea internacional mais movimentada da Europa, sendo que 4,5 milhões de pessoas voaram entre as duas cidades em 2006.[47][48] A Aer Lingus é a companhia aérea de bandeira irlandesa, embora a Ryanair seja a maior companhia aérea do país. A Ryanair é a maior companhia aérea de baixo custo da Europa,[49] a segunda maior em termos de número de passageiros e a maior do mundo em termos de número de passageiros internacionais.[50]
Os serviços de transporte ferroviário são fornecidos pela Iarnród Éireann, que opera todos os serviços ferroviários suburbanos intermunicipais internos e de mercadorias no país. Dublin é o centro da rede com duas estações principais, as estações Heuston e Connolly, que liga a cidades às principais cidades do país.
Auto-estradas, estradas nacionais primárias e secundárias são geridas pela Autoridade Nacional de Estradas, enquanto estradas regionais e locais são geridas pelas autoridades locais em cada uma das suas respectivas áreas. A rede rodoviária é focada principalmente na capital, Dublin, mas auto-estradas estão atualmente a serem ampliadas a outras cidades, como parte do programa de investimento Transporte 21, que pretende expandir significativamente e melhorar a rede de transportes da Irlanda no período entre 2006 e 2015.[51]

 Cultura

O Shamrock ou trevo, planta usada por São Patrício para ilustrar a doutrina da Trindade.
Na cultura irlandesa, destacam-se os escritores Jonathan Swift e Oscar Wilde, para além dos quatro Nobel da Literatura: George Bernard Shaw, W. B. Yeats, Samuel Beckett e Seamus Heaney. Apenas um irlandês ganhou o Nobel da Física, por Ernest Walton, em 1951. Para além desses, também deram contributo William Thompson, importante naturalista, e William Rowan Hamilton, foi um renomado físico e matemático do século XIX.
Uma das mais lotadas áreas de Dublin é o chamado Temple Bar (a antiga área onde é possível encontrar pessoas de todo o mundo) ou em locais diversos como a moderna Thunder Road Cafe.[52] Na dança destaca-se o Riverdance. O primeiro médico com título nobiliárquico, Sir Hans Sloane, foi um médico irlandês cujo hobby era a botânica e cuja colecção é o núcleo do Museu Britânico.
O dia nacional é a 17 de Março para homenagear o padroeiro da Irlanda: São Patrício, que promoveu o Cristianismo na ilha. Diz-se que expulsou as cobras de todas as partes do território. A harpa, que aparece na crista da província de Leinster e o trevo de três folhas, também são identificados como símbolos da Irlanda. O trevo de três folhas é um símbolo do país, porque é dito que São Patrício o utilizou para explicar a Santíssima Trindade. A cor verde também é a cor mais associada à Irlanda, e está presente na bandeira nacional representando os cristãos da Irlanda.
O verdadeiro amor e amizade são selados com o Claddagh Ring. Este anel místico tem a sua origem há 300 anos atrás numa antiga aldeia de pescadores em Claddagh, nos arredores da cidade de Galway, na costa oeste da Irlanda. O anel é entregue como um símbolo de amizade ou como anel de noivado.
O dia depois de Natal, 26 de Dezembro, é celebrado com dia de Santo Estevão. A 1 de Fevereiro é celebrada a festa céltica Imbolc, a festa da fertilidade da terra e da deusa Brid, a deusa do fogo. Hoje é chamada de festa de Santa Brígida, segundo o padrão do país. Os irlandeses colocam uma imagem de Santa Brígida nos cruzamentos e nas suas casas para evitar incêndios. Outras celebrações pré-cristãs mantêm os seus nomes pagãos em irlandês e são hoje nomes de alguns dos meses do ano: Bealtaine (Maio), comemora o início do Verão, Moon (Agosto) a festa da colheita e Samhain (Novembro), a festa dos mortos e do novo ano. Este último, à semelhança da festa de Todos os Santos.

 Literatura

A Irlanda é famosa pelo Book of Kells, também conhecido como o Grande Evangelho de São Columba, que é um manuscrito ilustrado com motivos decorativos, feito por monges célticos até ao ano de 800. A principal peça do cristianismo irlandês e da arte-saxónica irlandesa, é, apesar de estar inacabada, um dos mais sumptuosos manuscritos iluminados que sobreviveram desde a Idade Média. Devido à sua grande beleza e excelente acabamento técnico, este manuscrito é considerado por muitos especialistas como um dos mais importantes vestígios da arte religiosa medieval. Escrito em latim, o Livro de Kells contém quatro Evangelhos do Novo Testamento.
A poesia irlandesa representa a mais antiga poesia vernácula na Europa.[53] Os primeiros exemplos datam do século VI, e são geralmente pequenas obras de poesia lírica, que abordam questões de carácter religioso ou naturalista. Eram muitas vezes compostas por escribas, à margem dos manuscritos iluminados que eles próprios copiaram.
Na Irlanda nasceram escritores como Jonathan Swift, Brendan Behan, Douglas Hyde, Flann O'Brien, Sheridan Le Fanu, Sean O'Casey, George Berkeley, James Joyce, George Bernard Shaw, Richard Brinsley Sheridan, Oliver Goldsmith, Oscar Wilde, Bram Stoker, W. B. Yeats, Samuel Beckett, Seamus Heaney, Herminie T. Kavanagh, Eoin Colfer, C. S. Lewis, entre outros.

 Cinema

Existem várias figuras internacionais naturais da Irlanda e que têm triunfado em Hollywood: Maureen O'Hara, Barry Fitzgerald, George Brent, Arthur Shields Maureen O'Sullivan, Richard Harris, Peter O'Toole, Pierce Brosnan, Gabriel Byrne, Brendan Gleeson, Daniel Day Lewis, Colm Meaney, Colin Farrell, Brenda Fricker, Jonathan Rhys Meyers, Stuart Townsend, Cillian Murphy, Liam Neeson e Evanna Lynch. Outros nomes, como Neil Jordan e Jim Sheridan, também se notabilizaram no mundo do cinema como directores de produção.
Vários filmes foram filmados na Irlanda, tais como Braveheart, Excalibur, P.S. I Love You, El Rey Arturo: La verdadera historia que inspiró la leyenda, Saving Private Ryan e Ballykissangel. Também filmes relembram a história do país, como Michael Collins baseado na vida do revolucionário irlandês.

 Música

U2, uma das mais famosas bandas irlandesas de todos os tempos.
Os irlandeses interessam-se muito pela música tradicional irlandesa, mas também para a música do século XX, interpretada por Christy Moore, Pat Ingolsbhy, Shane MacGowan e Sinéad O'Connor. Destaca-se também a banda de rock U2, The Cranberries,Villagers, The Corrs, Bob Geldof, Gary Moore, Thin Lizzy, Horslips, Rory Gallagher, Westlife, Chris de Burgh , Van Morrison e Damien Rice.
De uma forma mais tradicional, a música interpretada por Enya, The Dubliners, Tara Blaise , The Chieftains e Celtic Woman, entre outros, além de James Galway (flautista clássico).

 Mitologia

Uma parte da mitologia do povo irlandês na narração arturiana com a princesa irlandesa Isolda de Irlanda (também conhecida como Isolda, a Justa e Isolda, a Bela), filha de Augusto e Isolda, a Rainha Mãe. É uma das principais personagens do poema Tristão de Béroul, Thomas da Grã-Bretanha e Gottfried von Strassburg. Outra das lendas da mitologia da ilha é constituída pelo místico Leprechaun, um rico e sábio duende que caso seja apanhado, ele doa o seu ouro para ser libertado.[54]

 Gastronomia

Um litro de stout e uma fatia de pão com manteiga.
Exemplos de alguns pratos típicos da cozinha irlandesa são o guisado irlandês, e também o toucinho com couve (cozidos juntos). O Boxty é um prato tradicional, que consiste num pastel feito de batata. Em Dublin é muito popular o coddle, que é feito com linguiça de porco cozida. A Irlanda é famosa pelo seu pequeno-almoço irlandês, que é servido principalmente com carne de porco e pode incluir batata frita.
Uma das bebidas mais associadas á Irlanda é o Guinness, que é frequentemente servido em pub's, mas também é popular a Smithwicks. Esta é uma tradição irlandesa, de se tomar sidra, para além do Whiskey de malte e do café irlandês. Desde 1974, a Irlanda produziu um dos mais famosos licores, o Bailey's Irish Cream, que consiste numa mistura de natas com uísque irlandês, que alcoólicas atingem os 17% de volume.[55]

 Desporto

Estádio Croke Park, sede da Associação Atlética Gaélica.
O futebol é um dos desportos mais praticados e com o maior número de adeptos em toda a Irlanda e tem o seu próprio campeonato nacional, o Irish Football League. A Seleção Irlandesa de Futebol classificou-se em três ocasiões no Campeonato Mundial, obtendo o seu melhor resultado em 1990 onde foi eliminado nos quartos-de-final.
Também tem um monte de adeptos de críquete, destacando a presença da equipa nacional na Copa do Mundo de Críquete de 2007 onde passou a primeira fase, eliminando o Paquistão. Outros desportos de alto perfil no país são o futebol gaélico, o hurling ou Camogie, que são parte integrante da Gaelic Athletic Association.
O rugby também é um dos desportos favoritos em que a sua equipa nacional tem conseguido se destacar em prestigiados torneios como o Torneio das Seis Nações. Também notável foi Dave Finlay, famoso lutador da WWE, o antigo campeão mundial de snooker, Ken Doherty, o primeiro campeão dos pesos pesados do boxe, John L. Sullivan, também o campeão do mundo do boxe, Barry McGuigan e Steve Collins ou o primeiro irlandês a vencer a Tour de França, Stephen Roche.
Além disso, é de salientar a ex-equipa da Fórmula 1, Jordan Grand Prix, que ganhou várias competições mundiais e a realização do Rally da Irlanda em 2007, que fazia parte do World Rally Championship, com uma afluência de público de aproximadamente 200.000 espectadores.[56]

 Feriados

Feriados
DiaNome na língua localNome na língua portuguesa
1 de JaneiroNew Year's DayAno Novo
17 de MarçoSt. Patrick's DayDia de São Patrício
16 de JunhoBloomsdayBloomsday
Festa móvelGood FridaySexta-feira Santa
Festa móvelEaster MondaySegunda-feira de Páscoa
25 de DezembroChristmas DayNatal
26 de DezembroSt. Stephen's DayDia de Santo Estevão

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