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domingo, 26 de junho de 2011


Qual foi a primeira religião que surgiu na face da terra ?

A tradição dos antigos conquistadores, desde a prehistória, era a de destruir os totens, locais de cultos, símbolos de crenças e superstições no sobrenatural, das quais se originariam as religiões arcaicas. Tais religiões, a princípio, foram politeístas, complicadas, com deuses cruéis e também inventados pelos beneficiários da ignorância humana: os chamãs que se transformariam em adivinhos, em curadores, em profetas até chegar a sacerdotes e criar oferendas, sacrifícios, holocaustos, dízimos, indulgências etc.

Não há como determinar qual seria a primeira religião que surgiu na face da Terra. A Terra tem de 4 a 5 bilhões de anos e a vida tem 2 ou 3 bilhões de anos. Os seres unicelulares foram evoluindo até alcançarem a condição de primatas, de onde sairiam os símios e os homens, duas espécies totalmente diferentes, ligadas a um passado remotíssimo mas comum a ambos. Há registros fósseis (Lucy, na Etiópia) que apontam para sete ou mais milhões de anos, e registros arqueológicos em Atapuerca, Burgos, Espanha, onde se encontram vestígios de que seres humanos já fabricavam ferramentas para fabricar outras ferramentas, armas e utensílios domésticos, há um milhão de anos (dez mil séculos). É impossível afirmar quais seriam as superstições da época, mas se ainda hoje há tantas superstições, podemos imaginar como seria naquele tempo.
Sociólogos costumam comparar as religiões das tribos que se conservam em estado primitivo, como a dos Dogons do Mali, na África, ou das tribus totêmicas da Austrália e até mesmo dos indígenas norte-americanos, mais recentes, para formar uma idéia de como seriam as crenças dos nossos remotos antepassados.

Só no tempo de Alexandre Magno (século IV), discípulo de Aristóteles, seus exércitos levavam na vanguarda sábios e escribas que reuniam e conservavam as tradições religiosas orais e escritas das tribos e povos analfabetos. A idéia de Alexandre era criar uma religião simples e fácil de entender, baseada nas tradições comuns dos conquistados para facilitar o domínio sobre eles. Seu objetivo foi em parte alcançado, depois de sua morte, com a redação da LXX-Septuaginta, base para as três religiões "dos livros", judaica, cristã e islâmica. Estudiosos mais profundos e sérios opinam que a influência dos deuses egípcios e seus sacerdotes pode ser notada  nas escrituras. O monoteísmo adotado por Moisés teria origem no deus Aten, criado por Amenofis III (depois Akhenaten) para deter a má influência dos sacerdotes de muitos deuses sobre o seu governo. E em Roma, os sabidíssimos pontífices, todos patrícios, das muitas seitas anteriores ao nascimento de Jesus Cristo, também aproveitaram a Septuaginta para desenvolver a nova religião monoteísta com que se salvaram do ostracismo imposto pelos Césares, o Cristianismo, pregado como única religião verdadeira logo após Constantino I aceitar o apoio dos cristãos nas lutas contra Maxêncio e Licinio. A força militar romana e a inteligência dos pontífices sob a liderança do Pontifex Maximus criariam a maior e mais poderosa organização religiosa, política e econômica da história da humanidade em todos os tempos: a Igreja Católica Apostólica Romana, a que sabe das coisas.
As outras religiões, seus sacerdotes e crentes que não se converteram foram eliminados da face da Terra, com excessão da religião judaica, necessária para dar legitimidade ao mito cristão, e à religião islâmica, que surgiu no século VIII, impulsionada pelo fantástico e genial  Maomé´.





Fonte(s):

Estudo Comparado das Religiões, Mircea Eliade.
As Formas Elementares da Vida Religiosa, Émile Durkheim.

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