CAIRO (Reuters) - Um ex-chanceler líbio que o líder Muammar Gaddafi nomeou como seu embaixador na Organização das Nações Unidas (ONU), Ali Abdussalm Treki, se recusou a assumir qualquer posição oficial e condenou o 'derramamento de sangue' em seu país.
Treki fez as declarações num comunicado enviado à Reuters por seu sobrinho, Soufian Treki, um diplomata líbio na Liga Árabe, no Cairo. Ele disse que seu tio estava na capital egípcia no momento.
'Decidi não continuar trabalhando ou aceitar qualquer missão', afirmou o ex-ministro no documento. 'Rezo para Deus me ajudar a participar no salvamento dessa preciosa nação.'
Ele defendeu um diálogo nacional para discutir as aspirações líbias.
A rede de TV Al Jazeera informou na noite de quinta-feira que 'um número de pessoas' próximas a Gaddafi deixou a Líbia com destino à Tunísia, um dia depois de o ministro de Relações Exteriores líbio, Moussa Koussa, ter renunciado ao cargo e viajado a Londres.
Um porta-voz do governo líbio não estava disponível de imediato para comentar.
Citando fontes não-identificadas, a Al Jazeera afirmou que o grupo incluía o presidente da empresa nacional de petróleo da Líbia, Shokri Ghanem.
Mais cedo na quinta-feira, Ghanem afirmou que estava na Líbia: 'Eu estou em Trípoli e eu estou no meu escritório', disse ele à Reuters em uma entrevista por telefone.
A rede Al Jazeera também citou o porta-voz do Congresso Geral do Povo da líbia, Mohamed Abdul Qasim al-Zwai, o chefe de inteligência estrangeira, Abuzeid Dorda, e Abdelati al-Obaidi, um alto diplomata a cargo de assuntos europeus.
Koussa, um dos assessores mais próximos de Gaddafi e ex-chefe de espionagem, renunciou e viajou à Grã-Bretanha na quarta-feira em protesto aos ataques das forças de Gaddafi contra civis.
(Reportagem de Dina Zayed e Isabel Coles)