Irán dice haber construido centrifugadoras de segunda y tercera generación
Irán dice haber construido centrifugadoras de segunda y tercera generación
Teerã, 10 abr (EFE).- Cientistas iranianos foram capazes de construir e testar com sucesso centrífugas de urânio de "segunda e terceira geração", afirmou neste domingo o diretor do organismo iraniano da Energia Atômica, Fereydun Absi.
Em declarações divulgadas pela imprensa estatal, o citado responsável, vinculado à poderosa Guarda Revolucionária, explicou que a função destas novas máquinas, que definiu como de fabricação e tecnologia nacional, é melhorar a capacidade de separação atômica.
"Dentro da estratégia de otimização das centrífugas, e com o objetivo de ampliar o poder de separação, foram criadas máquinas de segunda e terceira geração, que foram testadas com sucesso", detalhou.
Neste sentido, Absi acrescentou que as centrífugas de primeira geração prosseguem o enriquecimento de urânio ao nível máximo, apesar das disfunções que algumas delas sofreram meses atrás, aparentemente por causa do ataque de um potente vírus de informática chamado Stuxnet.
O responsável também revelou que seu país avançou na capacidade de autonomia nuclear com o início da operação de uma unidade para a produção de dióxido de urânio, que permite abastecer de combustível o reator de água pesada de Arak e o reator nuclear de Teerã.
Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos, Israel e as potências europeias à frente, acusam o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas cujo objetivo seria adquirir armas atômicas, alegação que o regime iraniano refuta.
A revelação de Absi acontece poucos dias depois que a oposição iraniana no exílio denunciou a existência de uma fábrica "clandestina" de componentes para as centrífugas perto da cidade iraniana de Karaj, oeste de Teerã.
No sábado, o ministro iraniano de Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, confirmou a existência de tal unidade, mas ressaltou que não é "uma instalação secreta".
"Não é nenhuma descoberta nova... Fabricamos partes ali e não é confidencial. Há dezenas de fábricas no país que compõem as peças que a Organização de Energia Atômica iraniana necessita", afirmou.